Setecidades Titulo Providência
Alunos protestam contra assédio em escola de São Bernardo

Estudantes da EE João Ramalho, no Centro, cobram providências da diretoria em relação a jovem que passou a mão no corpo de colegas

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
25/03/2022 | 00:01
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Alunos da EE (Escola Estadual) João Ramalho, no Centro de São Bernardo, realizaram na manhã de ontem um protesto contra o assédio que vem sendo praticado por um estudante do 1º ano do ensino médio contra colegas da turma e de outras salas. No hora do intervalo, os jovens se recusaram a voltar para as salas e ocuparam o pátio. Uma viatura da PM (Polícia Militar) chegou a ser chamada ao local. Organizado pela internet, o ato cobra que a direção da unidade escolar tome providências contra o aluno, que é apontado como assediador.

Duas estudantes do 1º ano, que pediram para não ser identificadas, relataram que os casos de assédio vêm ocorrendo há algumas semanas. Elas contam que uma colega estava sentada sobre uma mesa, durante uma aula vaga, e esse aluno começou a alisar sua perna e sua cintura. Incomodada, ela pediu que ele parasse e se afastou. Quando contou para outras garotas o que havia acontecido, soube que diversas meninas já passaram por situações bem parecidas.

“Até alunas do 3º ano (do ensino médio) já falaram que ele fez isso com elas”, relatou uma das jovens. “A gente reclamou na direção e, além de não fazerem nada, a diretora ainda disse que é para evitar situações como essa que nós, as alunas, devemos vir para a escola com roupas comportadas e que não mostrem o joelho”, completou a estudante.

A funcionária pública Maria Lucilene de Sá Barreto, 48, é mãe de uma aluna da escola e disse que a filha vem falando sobre o assunto há vários dias. “Ainda não fui na escola porque em breve deve haver reunião de pais e vou querer saber o que está acontecendo”, afirmou. Segundo Maria Lucilene, em 2019 um estudante tentou beijar sua filha à força nessa mesma escola. “Ele foi expulso. Mas a gente sabe que esse é um problema recorrente. E a solução da direção agora foi dizer que a roupa é um convite para o assédio. Isso é um absurdo”, declarou.

O protesto foi organizado pela internet. “Resolvemos fazer a manifestação porque essa situação é constante, de meninos que mexem com as meninas. A desculpa é que ele é depressivo, mas as meninas que ele assediou também têm depressão, ansiedade. Isso não pode ser usado para justificar”, pontuou. A Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) informou que repudia todo tipo de assédio e agressão e que assim que soube do episódio, a direção registrou a queixa da estudante. Segundo a pasta, os responsáveis pelo aluno foram chamados para uma reunião de mediação e orientação sobre providências que preservem o direito à educação.

Ainda de acordo com a secretaria, durante a manifestação houve apoio da Ronda Escolar e depois a direção da escola recebeu os representantes dos alunos e alguns pais, que foram ouvidos e orientados sobre a situação. A Seduc afirmou que o caso foi registrado e que a escola coloca à disposição de todos os estudantes a assistência do Programa Psicólogos na Educação, se autorizado por seus responsáveis.

Ainda de acordo com a nota, a Diretoria de Ensino de São Bernardo, responsável pela unidade, vai instaurar uma apuração preliminar para avaliar a condução da gestão da escola no caso, para assim ter uma conclusão efetiva.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;