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A cada 4 horas, GCMs registram um flagrante

Levantamento mostra que em 2021 corporação levou mais de 2.000 ocorrências às polícias

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
17/03/2022 | 00:01
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André Henriques/DGABC


A cada quatro horas uma ocorrência é levada para as polícias Civil ou Militar do Grande ABC pelas GCMs (Guardas Civis Municipais) das sete cidades da região. Isso significa que apenas em 2021 houve 2.065 flagrantes de crimes ou até mesmo situações de natureza não criminal que foram encaminhadas aos distritos e batalhões policiais – veja os números correspondentes de 2019 a 2021 na arte abaixo. Os dados são compilados anualmente pela secretaria executiva da Congm (Conferência Nacional das Guardas Municipais do Brasil). Segundo informações das prefeituras (exceto Mauá, que não respondeu à demanda), o Grande ABC tem 2.209 guardas municipais.

Presidente da Congm e GCM em São Bernardo, Oseias Francisco da Silva explica que os dados são repassados para a conferência pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado de São Paulo desde 2015 e que o principal objetivo é dar publicidade ao trabalho das guardas municipais e à sua importância na cidade. “É para que a sociedade conheça e reconheça o trabalho desenvolvido pelas GCMs”, pontua Silva. 

Para o integrante da guarda de São Bernardo, os números ressaltam a importância dos municípios terem uma “guarda municipal equipada, valorizada, bem preparada, para segurança dos moradores e redução dos crimes”, bem como para que os gestores possam valorizar a corporação e identificar possíveis gargalos que necessitem de correção e investimento. 

“O Grande ABC é exemplo de uma integração bem-sucedida entre os agentes de segurança, que ocorre tanto por força de lei, desde a criação do Susp (Sistema Único de Segurança Pública), em 2019, quanto por força política, uma vez que os gestores da região, há bastante tempo, entendem que a atuação conjunta traz bons resultados”, pontuou.

Para a ex-secretária nacional de Segurança Pública, ex-secretária de Defesa Social de Diadema e consultora na área Regina Jasinowodolinski, se em algum momento já houve dúvidas se as GCMs poderiam atuar pela segurança das pessoas, essa questão já está totalmente pacificada. “O bem mais precioso que a Constituição Federal tutela é a vida. Se o guarda pode cuidar dos prédios, por que não das pessoas, que são muito mais importantes?”, pondera.

Regina lembra que em Diadema essa integração ocorre com sucesso desde os anos 2000. “Não é necessário, por exemplo, tirar viaturas da PM (Polícia Militar) para garantir a integridade de locais de crimes, se isso pode ser feito pela guarda. Em uma ronda escolar, a guarda garante a segurança de quem está transitando”, citou. “O GCM é um funcionário do município, que conhece o território”, concluiu.

Cofundador da Cosecurity e diretor-geral da Haganá Tecnologia, Luciano Caruso pondera que a principal vantagem da integração entre as forças de segurança seria o acesso a um mesmo banco de dados, com informações on-line sobre furtos e roubos de veículos, por exemplo. 

O presidente da Congm explicou que atualmente as guardas têm acesso ao Infoseg (Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública e Justiça), banco de dados do governo federal abastecido pelas secretarias estaduais de Segurança, mas que ainda há um intervalo de tempo para a atualização dos dados. “O acesso ao mesmo banco de dados da polícia ainda é uma demanda nossa não atendida”, explicou.

A SSP não informou, até o fechamento desta edição, se há alguma tratativa sendo realizada junto às prefeituras do Grande ABC para o compartilhamento dos dados. 




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