Indicador volta a ficar abaixo de 1, o que não era registrado desde o início do ano
A transmissão da Covid-19 no Grande ABC está caindo nos últimos dias, conforme apontam os dados compilados pela plataforma SP Covid-19 Info Tracker, que usa como base as informações do governo do Estado. Ontem na região o número efetivo de reprodução do vírus estava em 0,9 – isso significa que 100 pessoas infectadas contaminam, no máximo, outras 90 pessoas. Essa é a menor taxa registrada desde o início do ano, quando os dados epidemiológicos da pandemia sofreram altas devido à chegada da variante ômicron do coronavírus.
O pico da disseminação do vírus no Grande ABC ocorreu no dia 4 de fevereiro, quando o número efetivo chegou a 2, o mais alto desde o início da pandemia e o dobro do que é considerado pelos especialista como satisfatório. A queda gradativa começou no dia 17 deste mês até diminuir em mais da metade ontem – chegando à quinta menor do Estado. A projeção para os próximos dias é que o indicador continue caindo, podendo chegar no sábado a 0,83.
O infectologista e diretor do Centro de Pesquisa Clínica da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Fabio Leal, acredita que o atual momento da pandemia demonstra a queda do pico de Covid causada pela variante ômicron, não apenas no Grande ABC, como em outras regiões do País. “Isso confirma justamente o momento de redução no número de casos e de melhora do quadro epidemiológico”, esclarece Leal, que ainda pontua que a vacinação não é a principal causa para diminuição da transmissão do vírus. “Infelizmente as vacinas não são eficazes para impedir a transmissão do vírus. Por isso vimos reprodução tão exacerbada durante a onda da ômicron. Mas, felizmente, com uma grande maioria de casos leves. Então, a redução dos casos agora não se deve necessariamente à vacina, mas pelo comportamento da própria pandemia, que depois de um grande número de casos naturalmente começa a reduzir, já que grande parte da população já foi infectada e começa a circular em menor quantidade”, explica o docente.
Mesmo com a diminuição na curva de reprodução, o professor de medicina ainda enfatiza que a taxa ideal é zero. “Espero que um dia consigamos chegar a este objetivo e que a Covid seja eliminada do nosso convívio. Mas não há perspectiva disso acontecer a curto prazo e, por enquanto, precisamos conviver com o coronavírus assim como convivemos com outras infecções respiratórias”, finaliza o docente.
QUEDA NOS CASOS
Além da queda na taxa de contágio, a região também vem contabilizando ao longo das últimas semanas redução no número de novos casos em decorrência da Covid. A 97ª semana da pandemia (de 16 a 22 de janeiro) registrou o maior número de casos em uma única semana desde o começo. No total, as sete cidades contabilizaram 12.968 diagnósticos positivos nesse período, enquanto na semana passada (13 a 19 de fevereiro), foram 4.798 novos casos – diminuição 63%.
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