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Licitação sob suspeita
Do Diário do Grande ABC
16/01/2022 | 10:32
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Basta um simples correr de olhos no edital de licitação aberto pela Prefeitura de Mauá para a escolha do plano de saúde para os 6.000 servidores municipais para entender as razões que levaram MP (Ministério Público) e Justiça a barrar a continuidade do certame. O processo está carregado de suspeitas de irregularidades, dando nítida impressão de direcionamento. Alertas e decisões, no entanto, não foram suficientes para que a administração Marcelo Oliveira (PT) interrompesse o andamento da contratação, por fim vencida pela Leader Assistência Médica.

A desobediência por parte da administração de decisão judicial levantou suspeitas em Mauá. O vereador oposicionista Sargento Simões (Podemos) diz com todas as letras, a quem quiser ouvir, que a empresa vencedora da licitação tem ligação com o secretário de

Governo, Leandro Dias. Trata-se de acusação gravíssima. O trato do dinheiro público deve atender à impessoalidade. Deveria, portanto, merecer imediato repúdio da Prefeitura. Ao tomar conhecimento do fato e ser questionada por este Diário, a reação oficial foi o silêncio.

A desconfiança de que o processo foi dirigido para que a Leader fosse a vencedora está no próprio relatório do MP, que apontou a inexistência de justificativa técnica para que o edital exigisse dos concorrentes possuir cinco hospitais, além de atendimento de urgência e emergência, laboratórios, clínicas e consultórios próprios – itens associados ao portfólio da ganhadora.


É inadmissível que qualquer pessoa, ainda mais a Prefeitura, atropele decisões judiciais. Trata-se de grave afronta ao ordenamento constitucional.

E a cobrança precisa vir rapidamente. De todas as instâncias. Da própria Câmara, que possui a função legal de fiscalizar os atos do prefeito. Da Promotoria, que tem obrigação de questionar por qual razão Marcelo Oliveira se sentiu tão à vontade para jogar no lixo a determinação de um juiz que lhe vetava o prosseguimento de ação administrativa. Necessário esclarecer todos os interesses que estão em jogo. O que não dá é para população de Mauá ser atingida diretamente com o mau uso do dinheiro público. 




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