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Luzes que são jóias e vice-versa
Cíntia Banús
Especial para o Diário
21/07/2005 | 08:36
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O Instituto Tomie Ohtake inaugura nesta quinta-feira, somente para convidados, e abre para o público nesta sexta-feira a exposição Ornamentos do Corpo e do Espaço. Com entrada franca, serão exibidas jóias e luminárias desenvolvidas por designers brasileiros que participaram da última edição da Bienal de St. Etiénne, na França, em novembro passado.

A mostra está dividida em duas salas, uma com as obras contemporâneas que foram enviadas à Bienal, e outra com um panorama das obras de Livio Edmondo Levi e Daniel Lafer. Livio tem trabalho pioneiro no desenho de luminárias e grandes projetos, como a iluminação da Catedral de Brasília. Também assina a iluminação do Centro Cívico de Santo André, localizado no Paço Municipal. Daniel foi seu discípulo e se destaca pela pesquisa e criação com novos materiais, como um isolante térmico de motores.

O design, termo em inglês que significa desenho, já está incorporado ao nosso dia-a-dia. Sua principal função é trazer arte e valores estéticos para os objetos do cotidiano. É só prestar atenção. Tem design - e por trás dele muita pesquisa e muito tempo de dedicação - no sofá da sua casa, nos móveis do escritório, nas embalagens de alimentos e também nas luminárias e nas jóias presentes na exposição.

A escolha do tema surgiu depois de longa pesquisa. Ethel Leon, curadora da mostra, resolveu investigar os ornamentos do corpo e do espaço e encontrou uma forte ligação entre os dois. Afinal, as luminárias são adornos do espaço porque servem como objeto de decoração independentemente de estarem acesas, e a jóia, ornamento do corpo, é uma "espécie de luz", que dá brilho à pessoa que a usa.

Todas as obras expostas são movidas por concepções semelhantes. O uso de materiais inusitados é constante, os exemplos são os cristais rutilados (em estado bruto) do colar da H.Stern, o colar de Mara Bernardes que usa pazinhas de café como pingente e cristal como fecho, e a luminária Copólius, de Sergio Cabral, que fez da união de copos plásticos uma obra semelhante à Lua.

Pioneiro - Livio Edmondo Levi morreu precocemente, aos 40 anos. "Infelizmente o Brasil desconhece sua obra. Em dez anos de produção - pois as pessoas produzem dos trinta aos quarenta -, ele fez tudo isso", diz Ethel. E é realmente muita coisa. Ele trabalha com o jogo de luz e sombra, que está presente em quase todas as suas obras.

O próprio Levi faz a ligação entre os ornamentos do corpo e do espaço. Fez jóias com formas geométricas e orgânicas, que sempre brincavam com a reflexão ou não da luz, com superfícies polidas e não polidas. Fez também luminárias para interiores e para obras públicas.

A iluminação do Centro Cívico de Santo André é um bom exemplo. "São esferas transparentes, elementos simples, que são apresentadas separadas ou juntas, formando objetos diferentes que usam o mesmo componente." explica a curadora.

Ornamentos do Corpo e do Espaço - Exposição de jóias e luminárias. No Instituto Tomie Ohtake - av. Faria Lima, 201, São Paulo. Tel.: 2245-1900. De terça a domingo, das 11h às 20h. Abertura para o público nesta sexta-feira. Até 21 de agosto. Entrada franca.




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