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Copinha entre sonhos e particularidades
Dérek Bittencourt
04/01/2022 | 00:01
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Começa hoje para os times do Grande ABC a Copa São Paulo de Futebol Júnior. E pela primeira vez na história da competição a região terá sete representantes (Santo André, São Bernardo FC, EC São Bernardo, São Caetano, Água Santa, Grêmio Mauaense e Mauá FC) e quatro sedes (Anacleto Campanella, Pedro Benedetti, Baetão e Inamar), fato de grande relevância para o futebol das sete cidades e para milhares de jovens que sonham em ser jogador de futebol. Talvez este sonho já não seja tão comum quanto foi no passado e dois fatos apontam para isso: a diminuição de espaços disponíveis nas cidades para a prática da modalidade e o interesse por outras atividades, sobretudo no mundo virtual, mudaram consideravelmente o objetivo de vida das crianças, seja no Brasil ou em outros países. Tanto que estudos realizados tanto no País quanto em diversas outras nações apontam que profissões relacionadas ao ambiente digital vêm ganhando terreno. No ano passado, por exemplo, o Instituto Data Favela fez pesquisa com jovens da periferia e 96% gostariam de ser gamers profissionais (atletas de jogos eletrônicos, como Free Fire, Counter-Strike: Global Offensive, Valorant e outros, em mercado que move bilhões de reais no mundo – a projeção é de R$ 200 bi em 2023). Já um levantamento feito em 2019 pela Lego nos Estados Unidos e no Reino Unido mostrou que 29% dos entrevistados entre 8 e 12 anos preferem seguir carreira como influenciador digital do que como atleta (21%). Na China, 52% preferem ser professores e 47% músicos, contra 37% de atletas.

Mas voltando à Copinha, independentemente dessa parcela que sonha com os games de celular, videogame ou computador, ainda há muita procura por oportunidades de poder ser o próximo Neymar, Messi ou Cristiano Ronaldo. Não fosse assim, a Copinha não teria 128 clubes confirmados e mais dezenas de outros que gostariam de participar. Obviamente que falta para muitos clubes estrutura para trabalhar e dar sustentação à molecada desde seus 9, 10, 11 anos, quando ingressa no sub-11 e ainda tem longo percurso até chegar ao sub-20 (categoria em disputa na Copa São Paulo). Os próprios times do Grande ABC, aliás, estão inclusos nisso, já que a maioria não conta com todas as divisões de base. Ainda assim, basta anunciar uma peneira, seleção ou qualquer tipo de processo similar para centenas de crianças e adolescentes com aquele brilho no olhar e a esperança de ser aprovado aparecer. A história, sem dúvida, se repete entre atletas de Ramalhão, Tigre, Cachorrão, Azulão, Netuno, Locomotiva e Índio, movidos pela vontade de ter uma carreira, dar uma casa para os pais, sustentar os filhos etc. E muitos sabem que a parcela que é aproveitada posteriormente no time profissional é pequena. Ainda assim, dão a vida e despejam até a última gota de suor. Do fundo do coração, desejo aos 210 jogadores inscritos pelos times da região toda a sorte do mundo na competição.

IRREVERENTES
Ainda falando sobre Copinha, além de ser um celeiro de craques, é também um campeonato que reúne centenas de apelidos curiosíssimos. Nos sete representantes do Grande ABC há alguns casos, como o lateral Peroba, o zagueiro Ruivo, o volante Barata e o meia Samurai, todos do Água Santa; o atacante Ligeiro, do São Caetano; o meia Pato, do Santo André; o atacante Jabá, do São Bernardo FC; o meia Zara e o zagueiro Guelo, ambos do Grêmio Mauaense. Mas são do Mauá FC os quatro mais irreverentes: os atacantes Calango, Sidgol, Kassapinha e Beijinho. Há ainda aqueles que ostentam nomes ou alusões a jogadores famosos. O próprio Mauá FC contra com a dupla Romarinho e Rickelme, Mauaense e EC São Bernardo têm um Henry em cada e o Água Santa inscreveu zagueiro apelidado por Mina.

Há muitas mais preciosidades: Barba, Jacaré, Torresmo, Chulapa e Cremosinho compõem o grupo do União Mogi, de Mogi das Cruzes. Ureia e Pendências integram o elenco do Assu-RN, enquanto Pikachu e Gambá são do Taguatinga-DF. Pagé (São Paulo), John Kennedy (Fluminense), Gabriel Tigrão (Botafogo), Carrapeta (Matogrossense-MT), Sorriso (Petrolina-PE), Papel (Chapadinha-MA), Tio Pity (Fluminense-PI), Tagarela (Náutico), Carrerinha (Desportivo Brasil-SP), Macaxeira (São Raimundo-RR), Da Ora (Atlético-GO), Denzel (Matonense), Carrapeta (Retrô-PE), Moeda e Peteca (ambos do Andirá-ES), Orelha (AD Guarulhos), Cabanhas (Inter de Limeira), Favorito (Oeste), Thor (São-Carlense), Tufão (Real Ariquemes-RO), Joaninha (União ABC-MS), Feijoadinha (Ibrachina-SP), Balotelli (Taubaté), Conringa (Confiança-SE) e Caranguejo (Castanhal-PA) são outros casos.

RAINHA DA AMÉRICA
A lateral-esquerda do Corinthians e da Seleção Brasileira Tamires foi eleita pelo jornal El País, do Uruguai, como a Rainha da América. A jogadora de 34 anos desbancou a colombiana Catalina Usme por 30 a 29 em votos de jornalistas do continente. Capitã do Alvinegro nos títulos do Paulista, do Brasileiro e da Libertadores, ainda representou o País nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ou seja, conquista mais do que merecida pela simpática atleta, sempre tão solícita com o Diário. Na mesma eleição, o argentino Julián Álvarez, do River Plate-ARG, venceu entre os homens, enquanto o português Abel Ferreira, do Palmeiras, entre os treinadores. 




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