Doação beneficiará meninos e meninas carentes da cidade de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha
Antes da virada do ano, 544 crianças carentes de Minas Novas, município localizado no Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais, serão beneficiadas com roupas novas, como vestidos, camisetas, meias e peças íntimas, entre outras. O caminhão com os presentes está previsto para chegar na cidade por volta do dia 28, e levará 224 quilos de roupas, que foram confeccionadas por 60 costureiras de São Bernardo, do Projeto Amor Sem Fronteira.
Como o nome já diz, a iniciativa busca ajudar quem precisa de vestimenta, não importa qual seja o território. Os caminhos das duas cidades foram cruzados no começo deste ano, por conta de uma reportagem. A idealizadora e coordenadora do projeto, Solange Aparecida Batista, 62 anos, ficou impressionada com a falta de estrutura do local enquanto assistia à matéria produzida pelo programa Globo Rural, da TV Globo, sobre mulheres empoleiradas do Vale do Jequitinhonha.
A história não conseguia sair da sua cabeça, então a aposentada decidiu ajudar da maneira que mais sabe fazer: captar recursos para produção de roupas. Interessada, ela foi atrás de alguém na cidade e perguntou quantas crianças precisavam de ajuda. “Quando o meu contato me falou que eram mais de 500, pensei que não iríamos dar conta, nunca tínhamos fabricado tantas peças para uma única campanha. Porém, aceitamos o desafio, e hoje todas as roupas já estão empacotadas nas caixas”, conta, orgulhosa, a coordenadora do projeto.
Em quase um ano de produção, a iniciativa produziu mais peças do que era necessário, então as demais foram doadas para o Lar Batista de Crianças, entidade localizada em Suzano, que atende mais de 1.300 crianças de 0 a 17 anos.
O Projeto Amor Sem Fronteira recebe doações das mais variadas pessoas da região e de outros locais, através da página @projetoamorsemfronteira. Os valores arrecadados são investidos na compra de tecidos para fabricação das roupas. “Recebemos ajuda de todos os tipos. Tem pessoas que ajudam com dinheiro, outras já compraram os tecidos. Cada um faz o que pode. Tem muita gente boa querendo ajudar o próximo no mundo”, conta.
Há mais de oito anos na ativa, o projeto também apoia outras causas na região. Na época de inverno, as costureiras se dedicam dia e noite para confeccionar cachecol, touca, luva, meia e outras peças que irão aquecer idosos em casas de repouso. Já no Outubro Rosa, o projeto leva almofadas em formato de coração para pacientes que estão em tratamento contra o câncer de mama. A entidade também auxilia o Hospital das Clínicas, na Capital, e o Hospital de Clínicas, em São Bernardo, com roupas para bebês recém-nascidos de mães que vivem em situação de extrema vulnerabilidade social.
DOAÇÃO INTERNACIONAL
“Não importa onde seja, se uma criança está precisando de ajuda, nós vamos fazer o possível para ajudar.” A frase da coordenadora do projeto mostra o desejo das voluntárias em vestir quem precisa. E foi com esse ideal que a iniciativa já ajudou diversas crianças do continente africano, em países como Angola e Moçambique, por exemplo.
Solange conta que missionários que realizam trabalhos voluntários nesses países procuraram a organização de São Bernardo, que aceitou imediatamente o desafio. A primeira doação internacional ocorreu em 2013, quando foram enviadas peças de roupas para Luanda, capital de Angola. Além das roupas, o projeto mandou absorventes de tecidos, que são reutilizáveis, para as mulheres enfrentarem a pobreza menstrual que assola a região.
Todo esforço e dedicação é retribuído com mensagens de agradecimento dos beneficiados. “Não consigo nem descrever a emoção que sinto quando vejo as crianças felizes por receberem as roupas que fizemos. Recebo fotos e vídeos do momento da entrega e meu coração transborda de alegria”, conta Solange, emocionada, que sonha em um dia visitar esses países para continuar seu trabalho social de perto.
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