Setecidades Titulo Gripe
Região tem alta no número de casos de síndrome gripal

Sete municípios registram intensa procura para tratamento contra gripe causada pela Influenza

Francisco Lacerda
Do Diário do Grande ABC
16/12/2021 | 00:11
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/ DGABC


Após guerra à Covid-19, agora a região enfrenta aumento na procura por atendimento médico com queixas de “síndrome gripal”, sintomas causados pelo vírus Influenza H3N2 que incluem febre, tosse, dor de garganta, calafrios e dores no corpo. São Bernardo, inclusive, reconhece 13 casos.

William Dunke de Lima, infectologista do Hospital Brasil e São Luís São Caetano, explica que o H3N2 é subtipo do vírus Influenza , semelhante à cepa do H1N1 que teve surto em 2009.. Cepa que pode causar mesmos sintomas e transmissão entre pessoas. “Apesar de ser vírus respiratório, com forma de transmissão e sintomas semelhantes ao coronavírus, eles não têm relação direta. Os perigos são principalmente aos indivíduos com alto risco de complicações da Influenza. Por exemplo, menores de 5 ou com 65 anos ou mais, grávidas e pessoas com certas doenças crônicas e imunossuprimidos. Porém, quando comparado ao coronavírus a letalidade é menor.”

Para Márcio Chaves, secretário de Saúde de Santo André, não é possível ainda precisar se a cidade, e a região como um todo, vive surto de gripe ou epidemia. “O que nós verificamos nos últimos dias é aumento dos casos de síndrome gripal. Tivemos alta em relação à demanda normal em torno de 25% a 30% de pessoas procurando nossas unidades com síndrome gripal.”

A Prefeitura de Santo André ainda esclarece que a vacinação de novos públicos contra o vírus Influenza depende do envio de doses pelo governo do Estado. Já o Paço de São Bernardo, por meio da Secretaria de Saúde, revela que neste ano “foram 13 casos de Influenza detectados na cidade, sendo 11 apenas em novembro e dezembro. As estratégias de enfrentamento e de vacinação para possíveis surtos de doenças epidemiológicas são e serão realizadas de acordo com as orientações do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado)”.

Em São Caetano não há confirmação de infecção pelo H3N2, entretanto, a cidade “observou aumento de 72% na procura de atendimentos por síndromes gripais na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e 133% na Carreta da Saúde nos últimos três dias. Já na UBS Caterina Dall’Anese, que atende casos de síndromes gripais, a alta foi de 58% – comparados à primeira quinzena do mês passado. “São casos gripais leves”.

Diadema relata que não há confirmação da chegada do vírus à cidade, mas que “nos últimos dias registrou aumento exponencial nos atendimentos de casos de síndrome respiratória em todos equipamentos municipais. A Secretaria de Saúde segue monitorando o cenário epidemiológico das doenças virais, entre elas o vírus Influenza”.

Mauá avisa que não tem registro de internações por causa do vírus, mas que, por causa da alta no índice de pessoas nas UPAs, “a Secretaria de Saúde monitora atendimentos e aguarda análises enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, além de orientações do governo estadual”. Ribeirão Pires assinala que não tem ocorrências confirmadas, mas que “reforçou, desde segunda-feira, o atendimento para casos de síndrome gripal, para atender toda demanda”. E, por fim, Rio Grande da Serra expõe que houve alta de atendimento na UPA, há casos suspeitos, mas que, até o momento, não houve confirmação. “A gestão vai aumentar a capacidade de atendimento da UPA e intensificar as orientações aos munícipes”.  

Por meio de nota, a Rede D’Or São Luiz informa que hospitais do grupo em São Paulo estão, em média, com volume de atendimento nos prontos-socorros 50% maior do que o habitual, e que o aumento deve-se principalmente ao surto de síndrome gripal na cidade. A maioria dos casos, provocados pelo vírus Influenza, é de pouca gravidade.

A síndrome gripal, informa o infectologista, é extemporâneo e está relacionada diretamente ao relaxamento dos protocolos sanitários impostos para combate da Covid-19. “Os cuidados para evitar possível contágio devem ser os mesmos da Covid, como uso de máscara, evitar aglomeração, higienizar as mãos e manter ambientes ventilados. Respeitar o tempo de isolamento quando doente é importante para evitar disseminação. A vacinação também é importante, tanto para outras cepas quanto para H3N2, que vai ser incluída na vacina da gripe”, encerra o profissional. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;