Empresa produz cinco aeroestruturas para o caça Gripen e cria laboratório de radares
Um ano após a Saab entregar a primeira peça produzida na planta de São Bernardo, um cone de cauda (em dezembro de 2020), a empresa se prepara para alçar novos voos. Em pleno funcionamento, a unidade produz cinco aeroestruturas para o caça Gripen, tem um novo diretor-geral e está em fase de instalação de laboratório de manutenção de radares e guerra eletrônica.
No espaço de 5.000 metros quadrados atuam 70 funcionários. São brasileiros e suecos que, além do cone de cauda, produzem os freios aerodinâmicos, o caixão das asas (onde vai o combustível do avião) e as fuselagens traseira e dianteira.
Ferramentais modernos, idênticos ao que equipam a matriz da empresa, em Linköping (Suécia), se espalham pela área. Eles são utilizados para fabricar estruturas tão complexas que podem levar mais de um ano para ficarem prontas e que podem ser utilizadas nos jatos que foram comprados pela Força Aérea Brasileira, ou outras demandas feitas pela matriz, já que a planta integra a cadeia global de fornecedores da Saab. “Isso mostra o quanto os suecos confiam no Brasil”, destaca Fabricio Saito, o novo diretor-geral da unidade.
“É um grande prazer estar à frente de uma planta que tem um papel tão relevante na produção e manutenção do Gripen no Brasil. A instalação conta com profissionais altamente qualificados, que é o resultado da maior transferência de tecnologia em curso em nosso País. O novo laboratório vai garantir a capacidade de suporte do Gripen em todo o seu ciclo de vida no Brasil pelos próximos 30 ou 40 anos”, destaca o executivo.
Um dos diferenciais da fábrica será o laboratório de manutenção de radares e guerra eletrônica, que está sendo instalado em área de 600 metros quadrados e que entrará em operação no próximo ano.
A próxima fase do processo de instalação será montagem da bancada de testes, utilizada para gerar e medir sinais eletrônicos. A equipe responsável pela manutenção dos radares é formada por técnicos e engenheiros brasileiros já inscritos em programas de treinamento na Suécia.
“Essa é uma importante capacidade a ser instalada no Brasil, e está alinhada à estratégia global da Saab de desenvolver negócios localmente. Temos certeza de que Saito fará um excelente trabalho à frente da unidade da Saab em São Bernardo. Ele tem demonstrado dedicação incomparável e excelente capacidade técnica e de gestão”, afirmou Niclas Kolmodin, head da unidade de negócios de suporte do Gripen na área de negócios Aeronautics da Saab na Suécia.
O programa teve início em 2015, quando o governo brasileiro comprou 36 aeronaves. Em setembro de 2020 o primeiro Gripen chegou ao Brasil e, desde então, a aeronave tem feito voos de teste. Em março de 2021, iniciou voos supersônicos no Brasil. Em junho deste ano, houve o primeiro voo realizado somente por brasileiros com uma equipe formada por pilotos de teste, engenheiros e técnicos da Embraer.
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