Setecidades Titulo Let.It.Bee
Jovens do Grande ABC integram equipe de projeto premiado na principal competição de biologia sintética do mundo.
Heitor Agrício
Especial para o Diário
07/12/2021 | 16:55
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Divulgação


Os estudantes Caroline Santos Alves, 21 anos e Vital Pegorin de Oliveira, 20 fizeram parte do time da USP (Universidade de São Paulo) que participou do iGEM (em inglês, International Genetically Engineered Machine Competition), durante o mês de novembro, no qual apresentaram o Let.it.bee., uma tecnologia que protege as abelhas contra os efeitos dos agrotóxicos na hora da polinização. Ela é moradora de Santo André e atualmente cursa o segundo ano de ciências biológicas na própria universidade, enquanto ele vive em São Caetano e é aluno de farmácia também na USP,

O projeto para a edição 2020/2021 da competição foi uma tecnologia genética que torna o pólen de plantas que recebeu aplicação do defensivo agrícola seguro para abelhas e outros polinizadores. Isso porque o pólen deve ser capaz de produzir uma enzima para degradar um dos principais pesticidas, de forma que o agrotóxico só afete os parasitas e pragas, que consumirão outras partes da planta que não o pólen. Essa tecnologia poderá ser utilizada em quase todas as plantas, protegendo as espécies de abelhas polinizadoras contra o mau uso dos químicos.

O projeto conquistou vários prêmios, entre eles uma medalha de ouro, um prêmio especial por melhor trabalho de biologia sintética com plantas, nomeações para prêmios especiais de melhor parte composta, melhor trabalho para desenvolvimento sustentável, melhor feedback integrado, melhor projeto de educação, e além disso ainda foram os únicos representantes do continente americano entre os dez melhores times de pós-graduação, primeira vez do Brasil no ranking.

Caroline conta como foi realizar o projeto em meio à pandemia: “Houve muitas dificuldades, principalmente porque só tivemos acesso ao laboratório em setembro desse ano, então foi bastante corrido na questão de fazer experimentos para testar se estava funcionando a construção genética em nossa planta. Por esse motivo, a maioria do projeto científico foi feito com simulações matemáticas que mostrariam como funcionaria. Além disso, nesses dois anos quase ninguém se conhecia pessoalmente então foi um desafio desenvolver os projetos e se organizar totalmente no remoto, principalmente tentar evitar falhas na comunicação.”

Vital também relata um pouco de como foi a experiência de participar do Let.it.bee “Foi muito gratificante, recebemos um reconhecimento internacional, ficando entre os dez melhores times do mundo e o melhor projeto realizado em plantas, algo inédito para o Brasil.”

O iGEM é a maior comunidade de biologia sintética e a principal competição de biologia sintética do mundo para estudantes universitários e do ensino médio, com mais de 18.000 jovens cientistas e engenheiros participando como alunos, instrutores ou conselheiros. A competição é uma iniciativa de pesquisadores ligados ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), dos Estados Unidos.

O time da USP obteve um desempenho inédito na competição e já se planeja para continuar e melhorar esses projetos no ano que vem, além de abrir espaço para novas propostas e iniciativas. 




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