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A arte é o berço de Lacroix
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
24/08/2009 | 07:05
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Dizer que Christian Lacroix é um modista de estilo teatral não é só redundância. É pura verdade. Antes de inaugurar, na segunda metada da década de 1980, a maison que leva seu nome, o criador de peças de corte exuberante e cores vibrantes já desenhava roupas para serem exibidas nos palcos. É essa experiência do francês como figurinista que o público poderá conferir a partir de hoje em Christian Lacroix - Trajes de Cena, no Museu de Arte Brasileira da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), em São Paulo.

A exposição trouxe da França aproximadamente 100 figurinos e 80 croquis originais feitos para peças, óperas e balés. O modista, nascido em Arles em 1951, é um apaixonado pelos palcos desde a infância, revela a diretora do museu, Maria Izabel Branco Ribeiro. "Ele mesmo diz que não sabe se o teatro influencia sua moda ou se é o contrário." Toda vez que assistia a um espetáculo fazia versões do que havia visto em cena ao voltar para casa.

A exposição foi formatada originalmente para as comemorações dos 20 anos da grife Lacroix, em 2007, para o Centre National du Costume de Scène (algo como Centro Nacional do Traje de Cena). As peças e os desenhos foram doados pelo estilista a esse museu. Para a exposição no País, que faz parte do calendário do Ano da França no Brasil, a curadoria ficou a cargo da diretora do CNCS, Delphine Pinasa.

Espalhadas nas vitrines e e em outros suportes da cenografia de Michel Albertini estão indumentárias que serviram a montagens como Fedra, de Jean Racine, levada aos palcos em 1995 pela Comédie-Française. Foi pelo trabalho nesta coxia que Lacroix recebeu o primeiro Molière. Há ainda Carmen, Otelo, Sherazade, Romeu e Julieta e uma infinidade de clássicos.

"A particularidade de Lacroix é que ele nunca ignorou as necessidades do elenco em benefício das roupas. Seu figurino nunca vai atrapalhar os movimentos de um ator. Ao mesmo tempo, ele trabalha com materiais inteligentes. O látex que se parece com couro, por exemplo, garante a leveza", lembra Maria Izabel.

"A vida de um traje de palco é dura", frisa a diretora. É por isso que as peças que enfrentaram um bom número de temporadas ficam expostas a temperaturas e iluminação constantes. O cuidado é importante porque ainda há peças com a assinatura de Lacroix que ainda estão na ativa. É o caso dos tutus de balé.

Quem quiser saber detalhes do processo de trabalho do estilista pode agendar visitas monitoradas pelo telefone 3662-7200.

Christian Lacroix - Trajes de Cena. De hoje a 1º de novembro. No Museu de Arte Brasileira da Faap - Rua Alagoas, 903. Tel.: 3662-7200. De terça a sexta, das 10h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. Entrada franca.




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