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Histórias de Carnaval marcam barracão
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
27/01/2010 | 07:55
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Caio Arruda/DGABC


São muitas as histórias de Carnaval vividas pela cabeleireira Olívia Cândida de Oliveira, 63 anos. Há 30, ela participa da festa e, com orgulho, relata que já teve o "privilégio" de desfilar em diversas alas da escola de samba Mocidade Alegre São Leopoldo.

"É muito bom viver esse contato com as pessoas que gostam (do Carnaval). E olhar o trabalho na avenida é algo ainda melhor e satisfatório. Hoje ajudo nos preparativos e curto o desfile da plateia", disse.

Assim como Olívia, outras mulheres da agremiação também se orgulham de descrever suas caminhadas carnavalescas, que, segundo contam, não lhes rendem dinheiro, mas a felicidade de participar.

No barracão enfeitado com fantasias que, já prontas para a festa, foram penduradas, elas dominam a organização e a criação de tudo que será feito durante os dias de trabalho.

À frente do grupo está a vice-presidente da agremiação, Ana Maria de Oliveira Gimenes, 61, ou Tiana, como é conhecida por todos. "Não há condição de ganhar dinheiro com o Carnaval (de São Bernardo). Colocamos todas as nossas economias para conseguir fazer uma festa bonita. Fica nesse projeto quem gosta realmente da festa e está há muitos anos envolvido. Muita gente do bairro não participa de nada. As barreiras são grandes, mas não desistimos", disse Ana Maria, ajustando a armação de um arranjo.

Enquanto umas colam pedrarias em adornos de cabeça, outras bordam tecidos, pois o dia de trabalho é longo e não tem hora para acabar no barracão na escola bicampeã do Carnaval de São Bernardo.

Ainda sem ter recebido a verba prometida pela Prefeitura para custear os preparativos deste ano, os integrantes tentam driblar o problema reciclando materiais usados em 2009 para ajudar na confecção de novas peças.

A auxiliar administrativa Thaís Cristina Alves de Jesus, 25, mostra habilidade na hora de colar fitas de lantejoulas nas fantasias. O aprendizado veio de sua curiosidade em participar das atividades da escola desde criança. Hoje, morando há cinco anos em São Vicente, no Litoral, Thaís não abre mão de tirar suas férias sempre na reta final para o Carnaval, para ajudar nos preparativos. "Cresci aqui e faço questão de ajudar que a escola brilhe. Sairei na comissão de frente", disse.

‘Não queremos falar de religião, mas da fé'

Com o enredo De joelho ou de Pé, São Leopoldo a caminho, a escola de samba de São Bernardo pretende levar à avenida homenagens a celebrações tradicionais e datas comemorativas brasileiras. A agremiação inclui a Folia de Reis, a festa de São João e Bumba Meu Boi no repertório.

"Não queremos falar de religião, mas sim da fé das pessoas e suas demonstrações em algumas datas", explicou a vice-presidente da Mocidade Alegre São Leopoldo, Ana Maria de Oliveira Gimenes.

Neste ano, a escola entra na avenida com 450 componentes, distribuídos em 11 alas e três carros alegóricos.

A bateria da agremiação desfilará com 65 integrantes, representando o Maracatu. Já as crianças, desfilarão vestidas de anjos.

A escola será a quarta a desfilar dia 14 de fevereiro. "Não teremos muito luxo, mas muitas surpresas", concluiu Ana Maria.




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