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Funcionalismo polemiza plano de governo de Reali

Relação do PT com a categoria causa divergência em Diadema

Raphael Rocha
Do Diário do grande ABC
28/05/2012 | 07:45
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Fruto do principal desgaste político do prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), em 2011, a relação com o funcionalismo público conturbou a formulação do plano de governo que o petista pretende levar para as ruas para buscar a reeleição, em outubro. O item gerou polêmica entre os responsáveis pela redação do texto e pode até ser retirado da proposta que será defendida por Reali.

“Claro que há pontos divergentes. Funcionalismo e habitação, principalmente na parte do Plano Diretor, causam discussões naturais. E alguns pontos não precisam ser incluídos no plano de governo. Podem figurar nos debates internos do PT, para não comprometer com algo que pode mudar no futuro”, afirmou o presidente municipal do PT, Josemundo Queiroz, o Josa.

A prudência do dirigente petista recai justamente no cumprimento das metas traçadas na campanha de Reali de 2008. Muitos itens deixaram de ser atendidos porque, em 2009 e 2010, a Prefeitura sofreu com sequestros de receita provenientes de precatórios e que mudaram o curso da administração, segundo a alta cúpula do Paço.

A relação com o funcionalismo foi diretamente afetada. No projeto de quatro anos atrás, Reali assegurou que, se eleito, iria valorizar o servidor público, com inovações profissionais, implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos, e valorização salarial “com gradual recuperação das perdas, compatibilidade com o mercado de trabalho e mecanismos democráticos de negociação.”

Na prática a proposta foi diferente. Sem recurso para oferecer majoração salarial, a Prefeitura chegou a afirmar que não haveria aumento nos ganhos dos servidores. E uma greve eclodiu em 2011. Durou 23 dias – a maior da história da cidade – e só terminou após decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que determinou o retorno dos funcionários a seus serviços. A categoria, em agosto, aceitou proposta de aumento de 12,46% nos salários, em ganhos fracionados por bimestre, sendo que a última parcela seria condicionada à capacidade econômica do Paço.

O plano de governo, segundo Josa, está praticamente definido. “Teremos o último fórum de debate no diretório na terça-feira (amanhã). Depois abriremos processo de acolher propostas dos aliados e da sociedade”, garantiu o petista.

De acordo com o presidente do PT diademense, o projeto contará com 250 itens, dividido em dez eixos principais. “Iremos também absorver os artigos que não conseguimos cumprir nesta gestão. Iremos avaliar a viabilidade das promessas e, as que tivermos condições de executar, vamos transportar para o plano de governo atual.”




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