A equipe da Unicamp que está realizando a perícia no painel de votação do Senado encontrou 18 pontos de fragilidade na segurança do sistema. O professor Álvaro Crosta, coordenador da equipe, disse que não é possível dizer se houve manipulação ou adulteração de votações no Senado, mas informou que o sistema permite que os votos dos senadores sejam conhecidos e até modificados.

O laudo final deverá ser entregue no prazo de 15 dias, mas o relatório feito até agora será encaminhado ao Conselho de Ética do Senado (que investiga a denúncia de violação do sistema pelo senador Antonio Carlos Magalhães, ex-presidente da Casa) e à Corregedoria Geral do Senado.

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), lamentou o resultado e disse que não pretende questionar os resultados das votações já ocorridas. Segundo o senador, até que o sistema seja modificado, não haverá votação secreta utilizando-se o painel eletrônico - o sistema tradicional, de cédulas e urna, será retomado.

Barbalho espera também que o relatório da comissão esclareça sobre a inclusão de cláusulas de segurança nos contratos de implantação do painel. "Não é possível que o Senado tenha contratado sem exigir segurança em relação ao sigilo", afirmou.

O presidente do Senado confirmou que não foi possível verificar se houve violação dos votos na sessão secreta que aprovou a cassação de mandato do ex-senador Luiz Estevão, em 28 de junho de 2000. Antonio Carlos Magalhães teria afirmado a procuradores da República, segundo a revista IstoÉ, que teve acesso à lista de votação daquela sessão.

A Comissão de Sindicância, presidida pelo senador Carlos Wilson, pretende adotar as medidas que foram sugeridas pelos técnicos da Unicamp.