As placas de concreto que formam o piso do corredor de trólebus Sao Mateus-Ferrazópolis, administrado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) continuam completamente esburacadas. Três meses depois de a empresa ter feito o recapeamento provisório com asfalto nos trechos mais críticos da via expressa, os buracos voltaram a aparecer, em dimensoes semelhantes às constatadas pela reportagem do Diário em setembro passado.

Apesar de, na época, a EMTU ter se comprometido a reformar o piso do corredor, o projeto ainda nao saiu do papel e continua dependendo de uma licitaçao, sem data prevista para ocorrer.

De acordo com o especialista em transporte da EMTU Ademir Gusmao Fonseca, que acompanha o processo, o pedido de licitaçao já foi encaminhado à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, mas ainda nao foi aprovado. No entanto, adiantou que a substituiçao das placas comprometidas constante do projeto deverá ser feita em etapas. "Por enquanto, continuaremos tapando os buracos com asfalto", disse.

O remendo provisório nao conseguiu impedir que as rachaduras dos desníveis ressurgissem. O trecho da rua do Oratório, no Jardim Ana Maria, em Santo André, é ainda o mais prejudicado, tendo buracos distribuídos por, pelo menos, 3 km de extensao. No trecho, as placas que passaram por recapeamento asfáltico, há três meses, já estao desgastadas e os buracos voltaram a aparecer, alguns chegando a ter até 15 cm de profundidade e 1 m de comprimento.

Ineficaz - A própria empresa admite que o recapeamento feito com asfalto pouco resolveu o problema do corredor, que precisa mesmo passar por reforma. De acordo com a assessoria de imprensa, os reparos sao feitos rotineiramente a pedido da empresa Metra, operadora dos trólebus, que avisa a EMTU sobre a existências dos buracos.

É também a Metra, além dos usuários, uma das maiores prejudicadas com o problema, já que é a proprietária dos ônibus que circulam no corredor. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, a falta de manutençao da pista aumenta o desgaste dos veículos e causa a trepidaçao que incomoda os passageiros.

Até mesmo nas proximidades do terminal Ferrazópolis, em Sao Bernardo, local de intenso movimento de usuários, as placas estao danificadas. O porteiro Jorge Pereira pega conduçao diariamente no corredor e reclama da qualidade do asfalto. "A passagem dos ônibus aumentou, mas a qualidade do serviço nao melhorou. Nao é fácil fazer uma viagem com ônibus trepidando sem parar", reclamou.