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Ronan mostra o tamanho da ousadia
Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
16/11/2008 | 07:00
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As iniciativas mais concretas medem a distância entre o sonho e a realidade. Depois de assumir a Gestão Empresarial do Santo André, no ano passado, o presidente Ronan Maria Pinto seguiu atentamente os passos graduais de um sistema racional, que não permite improvisos no atual modelo de profissionalismo.

"Não tem segredo. Nada sei de futebol, mas aqui implantamos uma nova cultura de administração esportiva. É só ver os resultados", orgulha-se Ronan, que na primeira fase do projeto deixou a bola nos pés - ou na cabeça - de Romualdo Magro Júnior.

"Ele (Magro Júnior) é uma espécie de irmão e parceiro fiel. Eu faria uma homenagem a ele. Mas tem pessoas importantes que estão sempre comigo. Não resolvo sozinho. Não centralizo. Decidimos em conjunto. Gosto de ouvir o Sérgio do Prado (diretor-geral), meu braço direito no futebol. Ah, é melhor não citar nomes. Vou cometer injustiças", supõe Ronan, que se pôs de joelhos no Castelão ao constatar o encerramento de Santo André 3 x 2 Ceará. Era como se o dirigente quisesse cumprir alguma promessa aos deuses que iluminaram o chão do Santo André na rota do acesso.

O ritual não pára nisso. Em cada vitória, ele vai aos vestiários, abraça cada um dos jogadores e, antes de sair, reza na frente da santinha colocada no meio de quatro ou cinco velas acesas.

Tanta fé, porém, não impede que o líder da Gestão Empresarial veja friamente os números que mantêm os cofres do clube sob controle.

"Posso não entender de futebol, mas já sei quanto custa isso e aquilo. É necessário que haja muito equilíbrio", sugere Ronan, que revela o melhor investimento do Santo André na temporada. "A união do grupo, o comprometimento, o relacionamento sincero, o envolvimento. É olhar nos olhos e sentir que todos confiam em você", afirma o presidente, que também caiu na farra e no samba do elenco, no saguão do hotel, para fortalecer o clima de intensa cumplicidade.

Quanto aos cofres do Santo André, Ronan admite a folha de pagamento é de cerca de R$ 300 mil, mas não entra em detalhes. "É mais ou menos isso". Também não conta quanto pretende investir na Estância Santa Luzia, um verdadeiro paraíso localizado em Mauá. O suntuoso local será transformado em um dos principais centros de treinamentos do Brasil. É algo capaz de causar inveja nos maiores clubes do País.

A Futebol Brasil Associados (FBA), promotora da Série B, libera mais R$ 100 mil. O total das rendas nas bilheterias é de aproximadamente R$ 40 mil. Os patrocinadores - Auto Shopping Global e Samcil - também embalam a estrutura financeira, além dos recursos dos investidores. A Finta fornece o material esportivo.

"Escapamos do rebaixamento no ano passado (Série B), subimos à elite do Estadual, chegamos à elite do futebol nacional. É só o começo", avisa Ronan.




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