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Alunos usam 'apagão' para matar aula em São Bernardo
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
17/09/2002 | 21:21
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A direção da Escola Estadual Wallace Cockrane Simonsen, localizada na rua Tasman, no Jardim do Mar, em São Bernardo, e os moradores das ruas ao redor da unidade não suportam mais os apagões que afetam o bairro todas as semanas.

Segundo eles, são vândalos que, para interromper as aulas do período noturno, arremessam na rede de transmissão de energia elétrica um laça-gato – formado por um fio de cobre com duas pedras, uma em cada ponta. Além da interrupção das aulas, os moradores se queixam do risco de queima de aparelhos domésticos com a queda brusca e constante da energia.

De acordo com a diretora da escola, Maria Helena Leite dos Santos, o problema já ocorre há cerca de um ano, mas se intensificou nos últimos meses. “Já registrei boletim de ocorrência, encaminhamos abaixo-assinado ao antigo dirigente de ensino, mas não adiantou. Agora, vamos levar esse caso ao atual dirigente de ensino”, disse.

Para a diretora, o ato vem sendo feito por alunos que não querem ter aulas. Com a energia interrompida, 600 estudantes do ensino médio noturno ficam sem aula. “É toda semana. Meu filho vai até a escola, mas volta porque não tem energia. Só quero o direito de meu filho estudar”, disse o encarregado de produção Ueliton Mendes Campos, cujo filho cursa o 1º ano do ensino médio noturno.

Apesar de não ter nada a ver com a escola, os moradores do bairro sofrem também as conseqüências: ficam sem energia e com o risco de ter aparelhos queimados com a queda repentina de energia. “É toda semana isso. Não suportamos mais. O nosso computador não queimou por pouco. Dá um estouro enorme e apaga tudo”, disse a professora Silvana França, que mora no local.

De acordo com o engenheiro da Eletropaulo Marcos Antônio Sobral, ao ser atingida pelo laça-gato, a rede se autodesliga por medida de segurança. “As conseqüências são graves, pois pode desligar aparelhos de sobrevida de pessoas doentes e são equipes nossas que precisam ser deslocadas para resolver o problema. Mas acredito que a reação primeiro tem de vir da polícia e da comunidade”, disse.

Segundo informações do comando da 1ª Companhia do 6º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela área, o problema do bairro é conhecido, mas não há como manter uma viatura na rua permanentemente por falta de efetivo. A companhia recebe denúncias pelos telefones 0800-156315 (ligação gratuita) ou 4125-1010 e 4330-2799.




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