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Brasa ainda queima em Rio Grande
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
15/10/2021 | 00:22
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Depois do ápice da crise política em Rio Grande da Serra, com o afastamento de Claudinho da Geladeira (PSDB) do cargo de prefeito da cidade por um dia, o grupo que defende o tucano tem pisado em ovos para não fustigar a oposição. Em figura de linguagem muito utilizada na Prefeitura, o cenário atual é comparado a um incêndio controlado, mas sem apagar a brasa, e qualquer brisa poderia fazer o tumulto retornar. A sessão de quarta-feira foi um momento que remontou os tempos de crise na cidade. A bancada de oposição aprovou requerimento para convocar três secretários para explicar obras de pavimentação no município. Marcelo Akira (Podemos) reagiu, dizendo que a casa poderia fatiar as convocações. Começou ali um bate-boca que só se intensificou ao longo dos trabalhos. Quase que todos os contrários de Claudinho usaram a tribuna para questionar Akira e, por tabela, a administração tucana. O saldo da sessão foi a de que a aparente tranquilidade, na verdade, está bem longe de acontecer.

Convocação
A Câmara de Rio Grande da Serra aprovou a convocação dos secretários de Obras, Eduardo Vieira, de Desenvolvimento, Nilton de Paula, e de Meio Ambiente, Sâmara Pavani Estanqueira, para explicar os critérios adotados pelo governo do prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB) para obras de pavimentação na cidade. Eles citaram caso retratado nesta semana pelo Diário, de intervenção de calçamento viário que parou na Justiça. A obra visa colocar guias na Rua Registro, assim como canaletas para o escoamento de água de chuva e se transformou em batalha jurídica entre empreiteiras que concorreram na licitação. O trio terá de comparecer à casa no dia 20, às 14h.

Transmissão
O presidente da Câmara de Mauá, Zé Carlos Nova Era (PL), adotou as transmissões das sessões pelo YouTube. Até então, o site do Legislativo e o perfil oficial da casa veiculavam os trabalhos. Pelo YouTube, já é possível acompanhar os debates imediatamente, além de resgatar os projetos caso o munícipe não tenha conseguido assistir ao vivo às sessões.

Debate – 1
A sessão experimental com transmissão no YouTube aconteceu ontem pela manhã. A Câmara de Mauá aprovou projeto de origem do governo de Marcelo Oliveira (PT) para permitir que pessoas com idade até 45 anos possam participar de concursos públicos para ingressar na GCM (Guarda Civil Municipal).

Debate – 2
O vereador oposicionista Sargento Simões (Podemos) pediu para adiar a discussão, sob argumento que, com essa idade, o corpo humano não apresenta a melhor performance para perseguir criminosos. “Não é política. Como um guarda com essa idade vai subir no morro atrás de bandido?” Sua tese foi derrotada. “Para ingressar na GCM é preciso passar pelo teste físico e pelo teste de aptidão. Não é automática sua aprovação. Portanto, a guarda terá os melhores agentes”, ponderou Nova Era.

Sem votação
Na sessão na Câmara de Santo André, os vereadores entraram em acordo para adiar todos os projetos que estavam na pauta. Inclusive o que impede que prefeito que responda a ações judiciais possam indicar o presidente da FUABC (Fundação do ABC). O assunto deve voltar ao horizonte parlamentar na terça-feira.

Discussão
Aliados do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), classificaram como traição o fato de o prefeito Paulo Serra (PSDB), de Santo André, defender o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) em detrimento ao governador paulista João Doria (PSDB) nas prévias tucanas. Essa tese foi duramente rebatida nas redes sociais. Muitos lembraram que São Bernardo tem sido beneficiada pelo governo Doria e que defender Eduardo Leite não significa trair Doria, e sim apostar em um candidato que pode ter mais chance de evitar a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT) na corrida presidencial do ano que vem.  




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