Política Titulo Editorial
Educação pós-Covid
Do Diário do Grande ABC
28/09/2021 | 00:01
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As aulas presenciais voltaram na quase totalidade dos colégios paulistas no início do semestre. Mas boa parte dos alunos não retornou. Segundo reportagem publicada hoje neste Diário, 40% dos estudantes matriculados na rede estadual deixaram de frequentar as escolas na retomada pós-pandemia. Trata-se de porcentagem elevada. O índice de evasão justifica os mais desanimadores prognósticos sobre o deficit educacional no País a ser medido nos próximos anos. O que fazer para evitá-los? Eis a questão que exige resposta prioritária dos gestores.

O desastre já se desenha. Estudo sobre a perda de aprendizagem na pandemia, realizado em parceria entre Insper e Instituto Unibanco, mostra o tamanho do estrago provocado pelos 279 dias letivos sem aulas presenciais em 2020. Segundo a pesquisa, os estudantes aprendem no ensino remoto, em média, somente 17% do conteúdo de matemática e 38% do de língua portuguesa, em comparação com o que ocorreria nas aulas tradicionais. A tragédia tende a aumentar se os índices de evasão escolar ora verificados nas escolas estaduais não forem revertidos rapidamente.

Estado e municípios precisam pôr o tema em discussão. Sem dourar a pílula. A pandemia comprometeu sobremaneira o ensino no Brasil. Por mais esforços que tenham sido feitos para manter a estrutura de ensino disponível aos alunos, inclusive nos momentos mais difíceis da crise sanitária, muitos dos estudantes simplesmente abandonaram o compromisso de aprender. O que fazer para corrigir pelo menos parte do deficit já nos próximos anos? Eis a pergunta que precisa ser respondida pelos gestores educacionais, sob risco de se comprometer seriamente o futuro do País.

A retomada do ensino presencial foi o primeiro passo. Agora, é necessária busca ativa pelos estudantes que se evadiram, de modo a resgatá-los para o cotidiano escolar. Na sequência, o desafio é desenvolver estratégias para que os alunos recuperem o conteúdo perdido no último ano e meio. A educação, como se vê, vai exigir atenção redobrada no pós-pandemia. 




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