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Alto funcionário russo é assassinado na Chechênia
Do Diário do Grande ABC
31/05/2000 | 11:33
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Uma bomba por controle remoto matou nesta terça-feira à noite, nos arredores de Grozni, o número dois da hierarquia russa na Chechênia, Serguei Zverev. Este é o primeiro dirigente russo assassinado na Chechênia desde o início do conflito na república independentista, em 1º de outubro. O crime foi atribuído aos rebeldes chechenos.

Aparentemente, o atentado foi uma resposta à operaçao das forças federais no Leste da república independentista. Segundo o Estado-Maior russo, a vasta ofensiva militar, que tem o objetivo de erradicar posiçoes rebeldes na regiao, começou há três dias.

O representante adjunto do governo russo na Chechênia, coronel Serguei Zverev, morreu nos arredores de Grozny, quando uma mina detonada por controle remoto explodiu sob o carro em que viajava.

O serviço de imprensa da representaçao russa em Gudermes informou que Zuerev estava acompanhado do prefeito pró-russo da cidade, Supian Maktchayev, que ficou ferido, e de uma funcionária da prefeitura de Grozny, Nurseda Jabuseyeva, que também morreu no atentado.

Segundo o Kremlin, depois da explosao, vários homens armados fuzilaram o veículo.

``O atentado foi planejado contra o prefeito de Grozny, a quem os rebeldes perseguem há tempos', declarou o conselheiro do Kremlin encarregado de divulgar as informaçoes sobre o caso, Serguei Iastrjembski.

O prefeito, originário de Uros Martan, antigo reduto dos wahabitas (islâmicos fundamentalistas) chechenos, já foi gravemente ferido num atentado em 1996. Colaboradores do prefeito de Grozny acusaram os wahabitas de estar por trás do atentado, segundo a agência Itar-Tass.

``Era uma açao terrorista planejada', declarou na terça-feira o serviço de imprensa do representante do governo russo na Chechênia, Nikolai Kochman.

Zverev, 43 anos, estava no cargo desde abril passado. Trata-se da primeira autoridade russa morta na Chechênia, desde o início da intervençao russa na república independentista, há nove meses. Recentemente, um helicóptero em que Kochman viajava foi metralhado por rebeldes.

Vários responsáveis chechenos pró-russos, considerados ``colaboradores' pelos independentistas, foram assassinados.

Por outro lado, 45 combatentes rebeldes morreram na Chechênia, nas últimas 24 horas, durante uma operaçao das forças federais no Leste da república independentista, informou nesta quarta-feira o Estado-Maior russo, citado pela Interfax.

O exército russo perdeu nove soldados e ficou com 30 feridos no mesmo período, segundo a mesma fonte, que informou que cerca de 400 rebeldes chechenos permanecem cercados pelas forças russas nos distritos de Nojai-Yurt e Vedeno.

``Sao os grupos rebeldes melhor organizados e dirigidos pelos chefes de guerrilha mais famosos, como Jattab', comentaram as fontes do Estado-Maior russo.

Desde o começo da operaçao, na segunda-feira, após um ataque suicida contra as forças federais, os rebeldes perderam mais de cem homens, segundo os militares.

O chefe de guerra checheno Chamil Bassayev afirmou, por sua vez, que o anúncio dos russos sobre uma ``operaçao em grande escala' nao passa de um ``blefe' e negou as perdas rebeldes divulgadas por Moscou, admitindo apenas um morto, num comunicado publicado no site da Internet dos independentistas: www. kavkaz.org.

A Rússia reforçou a proteçao na fronteira entre o Sul da Chechênia e a Geórgia, com o envio de 200 guardas fronteiriços. Moscou acusa Tbilise de permitir o trânsito de combatentes e armas dos independentistas chechenos através da fronteira.




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