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Faltam leitos em Santo André
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
29/07/2008 | 09:10
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Gestora plena dos recursos da Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde), Santo André é a cidade que melhor exemplifica os avanços e os deslizes do setor no Grande ABC. A cidade precisa resolver sozinha os serviços de baixa e média complexidade - o que efetivamente faz -, mas teria de compartilhar com o Estado os atendimentos de alta complexidade. E aí o município derrapa. Há falta de leitos de internação no Centro Hospitalar Municipal e um número de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) abaixo do necessário, o que resulta em grande dependência da rede estadual.

A insuficiência de vagas na UTI tem dois aspectos preocupantes. Em primeiro lugar, quem precisa deste atendimento são pessoas que não podem esperar: casos graves, com risco de morte. Em segundo, boa parte das internações é conseqüência de cirurgias de risco, cuja recuperação pós-cirúrgica tem de ocorrer neste tipo de leito. Sem UTI, não há a cirurgia. O que também resulta no perigo à vida do paciente.

A cidade tem resolvido esta equação no improviso: pacientes de UTI ficam internados na emergência do pronto-socorro ou em leitos comuns, transformados de forma precária em camas de terapia intensiva.

O quadro deve melhorar com a inauguração do Hospital da Mulher, no 2º Subdistrito, prevista para agosto. A criação de 100 novas vagas exclusivas para pacientes do sexo feminino terá como conseqüência a desocupação de parte dos leitos do CHM - que também é o centro responsável pelos partos na cidade - liberando vagas para outros pacientes no hospital já existente.

Médicos - Outro tropeço da Saúde municipal - repetido pela maioria das cidades - é a falta de médicos para o pronto atendimento. A pouca mão-de-obra resulta em demora que, dependendo do dia, pode chegar a até oito horas, conforme reportagens já publicadas pelo Diário.

Nesse quesito, não há solução a curto prazo: a cidade tem concursos públicos abertos, mas dificuldades na contratação de profissionais. "Hoje, os médicos não procuram mais tornarem-se socorristas ou pediatras (as especialidades em que há mais carência), o que já reduz a quantidade de profissionais no mercado", explica o secretário de Saúde, Homero Nepomuceno. "Fora isso, os profissionais não se fixam. Você abre o processo, faz a contratação e o médico vai embora. Aí, tem toda a burocracia para contratar uma pessoa para repor a vaga."




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