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Grupo da Unifesp dá primeiro passo
Andrea Catão e Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
13/11/2004 | 16:40
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A partir da próxima semana, a comissão instituída pelo MEC (Ministério da Educação), responsável por formatar os centros de tecnologia previstos para a região quando for instalada a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), passa a se reunir em Santo André. Até o fim do ano, o grupo pretende definir a área em que os cursos vão funcionar provisoriamente – até que seja construído o campus –, o cronograma de criação dos centros e como e quando será realizado o primeiro vestibular.

Quinta-feira, o MEC anunciou que vai retirar do Congresso Nacional o projeto de lei que cria a UFABC (Fundação Universidade Federal do Grande ABC) para dar lugar à Unifesp. Atualmente, a instituição de ensino superior oferece cursos somente na área da Saúde, mas vai passar por uma reestruturação e criará três centros na região: Tecnologia (engenharias), Ciências Sociais e Educação. Originalmente, essas áreas estavam previstas para a UFABC.

Com isso, o governo conseguiu driblar o PFL baiano, que fazia ferrenha oposição ao PT desde o fim de setembro, quando trancou a pauta de votações. O líder da oposição, deputado federal José Carlos Aleluia (PFL-BA) disse por diversas vezes que não votaria o projeto se o MEC não garantisse recursos para uma universidade no Nordeste do país. Agora, o governo não depende mais do Congresso. Isso porque para a autorização basta uma decisão do Executivo.

De acordo com o professor Manuel Palácios, diretor de Desenvolvimento do Ensino Superior do MEC, a comissão vai definir todos os detalhes para que a Unifesp seja instituída em 2005, com vestibular em março. Da comissão, participam professores universitários e especialistas nas áreas que terão cursos no Grande ABC. Ele garantiu que os recursos federais que seriam destinados à UFABC passarão para a Unifesp. Também serão incorporadas todas as propostas apresentadas pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e pela população durante as audiências públicas.

“Aceitamos a transição (da UFABC para Unifesp) pela garantia de que tudo o que havia sido proposto será mantido”, disse a presidente do Consórcio e prefeita de Ribeirão Pires, Maria Inês Soares.

Formato – A comissão terá como meta a ser cumprida, até o fim do ano, definir como serão estruturados os centros tecnológicos. O primeiro será o de Educação, com a criação de curso de Pedagogia para professores das redes municipais e estadual de ensino. Serão criadas 500 vagas. As aulas deverão ser aplicadas provisoriamente em área a ser alugada pelo Consórcio.

No início de 2005, será aberto concurso público pela Unifesp para a contratação de professores e funcionários para o campus na região. Posteriormente, a reitoria vai se mudar para o Grande ABC. No decorrer do ano, serão estruturados ainda os demais centros tecnológicos e de pesquisa, com aulas previstas para 2006. Para a construção do campus, deverá ser aberta licitação no primeiro trimestre de 2005, via Unifesp, logo depois de a comissão definir o projeto arquitetônico da unidade.

Área – O prefeito de Santo André, João Avamileno, pretende doar para a Unifesp um terreno de 70 mil m² onde funciona atualmente a garagem municipal, na esquina entre a avenida dos Estados e a rua Santa Adélia, no bairro Bangu. Para oficializar a doação, ele terá de enviar projeto para a Câmara, o que está previsto para ocorrer até dezembro.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que ainda não foi definido um novo endereço para a garagem municipal.

O imenso quarteirão da atual garagem é circundado por ruas predominantemente residenciais, padrão classe média, com pouco movimento – principalmente à noite. A expectativa da vinda da universidade pública para a região é comentada pela dona de casa Abigail Liberato da Silva, 62 anos, que mora no bairro. “Vai ser bom pro meu neto, que por enquanto estuda numa ETE (Escola Técnica Estadual) e pode ser um futuro aluno da faculdade.”

Dono de uma floricultura na região, o comerciante Aldo Tanaka, 55 anos, questiona a escolha do local onde deve ser erguido o campus. “Acho que poderiam construí-lo num dos terrenos abandonados da avenida Industrial”, sugeriu.

Para o zelador Renato Luiz de Almeida, 43 anos, a universidade será bem vinda. “Qualquer projeto que substitua esta garagem seria mais interessante para a população”.




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