Setecidades Titulo
Carpinteiro faz cunhada refém por 2h
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
27/04/2006 | 08:16
Compartilhar notícia


A dona-de-casa Maria Antônia da Silva, 37 anos, ficou duas horas refém de seu cunhado, o carpinteiro Francisco Nogueira dos Reis, 29, quarta-feira de manhã. Ele apontou o revólver para a vítima, se trancou na casa dela, na Vila Rosinha, em Diadema, e exigia que a polícia trouxesse sua ex-mulher para conversar. Pedido que era impossível de se cumprir, uma vez que a ex-mulher mora no Piauí. Francisco, então, se conformou e exigiu a presença da imprensa para libertar a refém. Após duas horas de conversa com policiais, ele resolveu entregar a arma e liberar a cunhada.

Francisco disse à polícia que se desesperou terça-feira à noite quando ligou para a ex-mulher e descobriu que ela não queria mais ficar com ele. No telefonema, teria dito a ela que os vizinhos queriam matá-lo por acharem que ele batia nela quando viviam juntos. Ela teria dito a Francisco que tinha conhecimento da história e que apoiava. O carpinteiro desligou o telefone, comprou a arma e quarta-feira de manhã invadiu a casa da cunhada.

Após ser solta, Maria Antônia ainda assustada explicou o que havia ocorrido. Disse ter sido acordada pelo cunhado por volta das 8h30. Ele invadiu a casa dela armado e disse ela ficaria refém e a polícia seria chamada. “Não tive reação, mas só comecei a ter medo depois que a polícia chegou, porque ele passou a me ameaçar.”

A polícia foi chamada por telefone pelo próprio Francisco, às 8h50. Dez minutos depois, quando a primeira viatura chegou, o carpinteiro deu um tiro para o alto. A partir daí, a cunhada ficou o tempo todo colada ao corpo de Francisco, como escudo-humano, com a arma encostada entre a nuca e a orelha.

Maria Antônia é casada com o irmão da ex-mulher de Francisco. Mas, no momento em que o cunhado invadiu a casa, ela estava sozinha. A residência fica nos fundos de uma outra casa. Toda a negociação ocorreu pelas frestas de um vitrô. O corredor lateral, única saída da casa, havia cerca de dez policiais. Em pé na escada de acesso para outra casa, os policiais conversavam com o carpinteiro.

Policiais militares conduziram toda a negociação. O carpinteiro começou o diálogo exigindo a presença da ex-mulher. De forma confusa, contou que temia ser morto por vizinhos. Queria falar com ela para “passar a história a limpo”.

Vendo que a exigência de Francisco era absurda, a polícia começou a apresentar opções para que o carpinteiro se entregasse. Para libertar sua cunhada e largar a arma, Francisco queria a presença da imprensa. Vários veículos de comunicação foram chamados. Ao ver a reportagem, Francisco ainda exitou por desconfiar do fotógrafo da reportagem. O soldado da PM que atuava como negociador, entretanto, argumentou. “Eu já cumpri minha parte do nosso trato. Agora preciso que você cumpra a sua”, disse.

Francisco concordou com o negociador. Anunciou que ia se render e permitiu que Maria Antônia se afastasse dele. Ela abriu a porta ao lado do vitrô e foi a primeira a sair. Francisco apareceu na porta logo depois, segurando o revólver com o cano para o lado. A arma foi entregue ao soldado que atuou como negociador.

A dona-de-casa Rosineide de Souza Castro, 30 anos, que é cunhada tanto de Francisco quanto de Maria Antônia, afirmou que ele tem problemas de depressão e que já foi internado para tratamento. Francisco não tem passagem policial e nunca havia agredido ninguém. Ele não tem filhos, mas criava um sobrinho órfão, que agora vive com a ex-mulher no Piauí. Ela não foi localizada.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;