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Campanha salarial esbarra na redução da jornada
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
29/07/2010 | 07:22
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A terceira reunião entre a FEM-CUT (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/São Paulo) e a bancada patronal do grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos) "estacionou" no debate sobre a redução da jornada de trabalho (de 44h para 40h), com a manutenção do salário. A negociação aconteceu na tarde de ontem, na sede da FEM, em São Bernardo.

Segundo o presidente da Federação, Valmir Marques, o Biro Biro, a categoria ‘insiste' nessa questão a fim de apontar os benefícios que essa clausula pode trazer aos trabalhadores. "Tentamos mostrar que a medida trará qualidade a vida ao funcionário que, consequentemente, terá reflexo positivo no trabalho. Infelizmente, pouco se pensa no lado social da empresa. Mesmo assim, depois da conversamos que tivemos acredito que vamos conseguir firmar acordo", explica.

Segundo a entidade sindical, de um lado, a bancada do grupo 3 mostrou-se intransigente na alteração, argumentando que a mudança acarretará queda na competitividade nas empresas. Do outro, a bancada dos trabalhadores metalúrgicos cutistas não concordou e afirmou que a medida também irá proporcionar geração de novos postos de trabalho, diminuição do desemprego, da informalidade, aumento da massa salarial e produtividade. "Não podemos esquecer que o custo com salários no nosso País é um dos mais baixos no mundo. A nova jornada de 40h também proporcionará o crescimento do consumo, com aumento da produção, fomentando o círculo virtuoso da economia", argumenta Biro Biro.

A próxima reunião ficou agendada para terça-feira (3), na sede da FEM-CUT. A programação é continuar discutindo a redução da jornada de trabalho para dar seguimento as outras reivindicações (reposição integral da inflação; aumento real nos salários; valorização nos pisos e a licença maternidade de 180 dias).

Grupo 8 - A primeira rodada de negociação entre a Federação e o grupo 8 (que reúne os sindicatos patronais dos setores trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários, entre outros) serviu para definir calendário das próximas rodadas. "Apresentamos os objetivos da campanha salarial deste ano e definimos as datas para discutirmos cada item", conta Biro Biro.

As próximas reuniões serão realizadas dia 5, 11 e 18 de agosto, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em São Paulo.

A Federação Metalúrgica cutista representa 250 mil trabalhadores em todo o Estado e a data-base da classe é 1º de setembro.

Apenas o setor do grupo 3 é representado por 150 mil metalúrgicos. Já o grupo 8 responde por 25 mil trabalhadores no Estado.




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