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Recriando Rogério Sganzerla

Mr. Sganzerla tem sessões gratuitas em São Paulo

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
25/05/2012 | 07:03
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O ideário de Rogério Sganzerla (1946-2004) ganha tentativa de construção no documentário 'Mr. Sganzerla - Os Signos da Luz', de Joel Pizzini. Talvez nem mesmo o próprio diretor catarinense fosse capaz de colocar em apenas um filme suas opiniões e observações sobre o cinema, o Brasil e o mundo.

A proposta do filme não é ser uma cinebiografia. Funciona como homenagem a um dos mais importantes cineastas brasileiros e revisita sua vida pessoal e junto à sétima arte nacional.

O lançamento do longa-metragem, premiado na edição deste ano do festival 'É Tudo Verdade', encerra o projeto Iconoclássicos, promovido pelo Itaú Cultural. As sessões são gratuitas e ocorrem no Espaço Unibanco e no Espaço Itaú, em São Paulo.

Utilizando estética que remete à obra do protagonista, Joel Pizzini reúne dezenas de entrevistas e declarações do diretor de clássicos como 'O Bandido da Luz Vermelha' (1968), 'A Mulher de Todos' (1969) e 'Carnaval de Lama' (1975). Os 90 minutos não contam com roteiro clássico de início, meio e fim, deixando o caminho livre - e que pode parecer confuso para muitos espectadores - para idas e vindas sobre a evolução artística do homenageado, sua obsessão pelo lendário cineasta norte-americano Orson Welles, o encanto pelas letras de Noel Rosa e a preocupação constante quanto ao rumo do cinema nacional.

"Apesar de todas as imagens serem conhecidas minhas, é algo forte. Me sinto muito feliz com esse trabalho sendo retomado", revela a ex-mulher de Sganzerla Helena Ignez, que atuou em diversos filmes do marido. "Sinto que há uma atualidade imensa do pensamento do Rogério. Os nossos fãs, os que realmente compreendem esse cinema, são justamente a nova geração."

Segundo a atriz Djin Sganzerla, filha do cineasta, o documentário é poético, forte e contundente. "Acho que o filme vai reverberar principalmente para as pessoas que estão desgostosas com o conformismo e o marasmo de hoje. Como tudo está muito higienizado e ‘certinho', não sei se haveria espaço para um pensador como ele", diz.




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