A natação brasileira encerrou a sua participação nos Jogos de Tóquio com duas medalhas de bronze, dando sinais de recuperação da modalidade no País depois de não ter subido nenhuma vez ao pódio na Olimpíada do Rio, em 2016. A decepcionante campanha cinco anos atrás foi a pior desde Atenas-2004, última vez em que a natação do país havia deixado uma edição dos Jogos sem medalhas.
Além do terceiro lugar de Fratus nos 50m livre, o resultado mais surpreendente foi obtido por Fernando Scheffer, que faturou um emocionante bronze nos 200m livre. Longe de ser considerado um favorito, ela nadou na raia oito, no canto da piscina, e fez uma ótima prova, com recorde sul-americano em 1min44s66. Aos 23 anos, Scheffer recolocou o Brasil no pódio na prova 25 anos depois de Gustavo Borges, medalhista de prata nos 200m livre em Atlanta-1996.
Se no Rio, apesar da falta de pódios, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) destacou o recorde de finais do Brasil na história olímpica, em Tóquio foram seis finais do Time Brasil, duas a menos do que os Jogos anteriores. Há, ainda, um diferencial, em relação às Olimpíadas anteriores. Em Pequim-2008 e Londres-2012, o Brasil conquistou dois pódios em cada edição.
A natação brasileira vive um período de entressafra, com a chegada de novos nomes. Da equipe de 26 nadadores que participaram dos Jogos de Tóquio, 16 eram novatos, ou seja, nunca haviam disputado uma Olimpíada antes.
Um dos objetivos da confederação depois da decepcionante campanha no Rio era realizar um número maior de intercâmbios para os atletas e buscar participação em competições internacionais de nível mais alto. Já na reta final de preparação para os Jogos de Tóquio, a pandemia acabou afetando não só os treinamentos de todos os atletas, mas, inclusive, o processo de classificação para a Olimpíada.
Em Tóquio, alguns resultados ficaram abaixo do esperado. O Brasil, por exemplo, terminou em último, na oitava colocação do revezamento 4x100m livre. O quarteto formado por Breno Correia, Gabriel Santos, Pedro Spajari e Marcelo Chierighini não conseguiu acompanhar o ritmo dos rivais e nadou na última posição durante toda a prova.
Também se esperava mais da final dos 800m livre, com Guilherme Costa. Ele havia se classificado para a decisão com o quinto melhor tempo geral, quando estabeleceu o novo recorde sul-americano da prova. Mas na final admitiu que errou na estratégia e acabou sendo mais lento na final, terminando na oitava posição.
O mesmo ocorreu com Leonardo de Deus na final dos 200m borboleta. Apesar da expectativa criada após ele ter ido à final com a segunda melhor marca, ele também piorou o seu tempo na decisão em comparação com a classificatória e terminou na sexta colocação.
No revezamento 4x100m medley masculino, o time formado por Guilherme Guido, Felipe Lima, Vinicius Lanza e Marcelo Chierighini foi eliminado por queimar a transição do nado costas para o peito. Felipe Lima saiu 0s08 antes de Guilherme Guido completar os primeiros 100 metros. O erro foi identificado por um sensor que fica na baliza sincronizado com o "touchpad" dentro da piscina.
Projetando o próximo ciclo olímpico de Paris-2024, o Brasil tem boas expectativas em relação ao revezamento 4x200m livre. Nos Jogos de Tóquio, o quarteto terminou a final na oitava posição. O time, porém, é formado por jovens nadadores com potencial de crescimento: Fernando Scheffer (23 anos), Murilo Sartori (19 anos), Breno Correia (22 anos) e Luiz Altamir (25 anos).
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