Após anunciar que não tentaria voltar ao Congresso, deputado sinaliza retorno e não descarta ida ao PSDB
Depois de projetar que não seria mais candidato à reeleição na Câmara Federal, o deputado federal Alex Manente (Cidadania), com domicílio eleitoral em São Bernardo, admite buscar novamente cadeira no Congresso Nacional, dizendo que seu mandato inseriu o Grande ABC nas pautas primordiais do País e que não enxergou alguém que pudesse dar sequência a esse trabalho. “Se existir, me sentirei confortável (a buscar novos voos). Se não, terei de cumprir a missão no ano que vem.”
Em entrevista ao Diário, Alex ponderou que, neste segundo mandato, elevou o nível de sua presença em Brasília, ao pautar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que permite a prisão de condenados em segunda instância. A partir dali, na ótica do parlamentar, sua atuação de combate à corrupção e impunidade ficou cristalina, mudando sua projeção no Congresso. Até por isso, ele aposta que eventual candidatura à reeleição, em mudança de planos no prisma original, servirá para consolidar a região como protagonista das grandes discussões nacionais.
Entre 2018 e 2022, houve alteração radical em seu posicionamento político em São Bernardo. De algoz do prefeito Orlando Morando (PSDB) passou a ser um dos principais aliados políticos do tucano, colocando fim a uma rivalidade de mais de 20 anos. Ele afirmou que a parceria foi “benéfica para a cidade” e não envolveu elementos eleitorais à mesa. Mas reconheceu que a união traz alguns efeitos colaterais.
O principal deles é a projeção de candidaturas a deputado federal de figuras que também orbitam no morandismo, mas que têm divergências com Alex – casos específicos do vice-prefeito Marcelo Lima (PSD) e o vereador Julinho Fuzari (DEM). A dupla já foi aliada de Alex no passado e rompeu com o deputado federal em processos traumáticos. Ambos nutrem desejos de candidatura a Brasília, algo que Alex diz não ver como problema.
“Quem quiser ser candidato tem de ser, não posso tirar direito de ser candidato. Respeito qualquer candidatura e faz parte do processo. Tem vontade tem de disputar? Tem de disputar”, citou Alex. “Temos de debater se cumpri bem o papel para a cidade, honrei o Grande ABC, se estava ao lado da sociedade. Se cumpri todos esses pontos, pode ter todo tipo de candidato a deputado que o eleitor vai reconhecer meu trabalho. Eu não tenho preocupação com nomes, mas com conteúdos de cada candidatura.”
Alex não descartou migração ao PSDB, embora pondere que essa discussão precisa ser travada somente depois de esgotado o diálogo sobre reforma eleitoral no Congresso. O deputado federal discorreu que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem planos de pautar na primeira quinzena de agosto o projeto com alterações no processo eleitoral e que somente depois disso o cenário pode ser desenhado com firmeza.
“Com o modelo atual, muitos partidos vão se unificar. Seria precoce eu cravar o que vai acontecer sem verificar qual modelo de eleição vamos disputar. Modelo será fundamental para o futuro dos partidos, do meu partido político e do meu futuro partidário”, comentou Alex, líder do Cidadania na Câmara. “Evidentemente que o PSDB é um grande partido. Não seria traumático (uma eventual mudança). Até porque, com exceção de uma eleição ou outra, apoiamos os candidatos do PSDB majoritariamente. É um partido com qual tenho afinidade. Mas falar de partido agora é precoce. Tenho responsabilidade de liderar bancada do Cidadania.”
Muitos que falam mal usam o fundo eleitoral, dispara
Fuzilado pela Câmara de São Bernardo, que de forma unânime assinou manifesto crítico ao aumento do fundo eleitoral, o deputado federal Alex Manente (Cidadania) voltou a dizer que é contra a majoração da cota de recursos públicos para custear a eleição no País, citou que é coautor de projeto de lei que tramita no Congresso para acabar com esse mecanismo e disparou: “Tem muita gente que usa o fundo e fala mal dele”.
Alex encaminhou voto contrário ao aumento de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões no volume destinado ao custeio do pleito no Brasil, durante discussão da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Porém, votou a favor da LDO, em debate englobado – ou seja, foi favorável ao fundo eleitoral turbinado.
Ele destacou que a votação na LDO não significa chancela definitiva ao fundo eleitoral de quase R$ 6 bilhões, uma vez que o assunto volta à pauta na votação da LOA (Lei Orçamentária Anual). “Eu sempre votei contra o fundo na LOA e vou votar de novo, porque lá dá para votar apartado, excluir por emendas. Os vereadores sabem bem como funciona”, disse.
“Esse debate travado na Câmara eu respeito, é democrático, mas vejo que muitos que assinaram respaldaram uma narrativa criada que não condiz totalmente com a realidade. Tanto que alguns vereadores me ligaram, se explicaram. Eu compreendo o direito deles de expor a opinião, é da democracia, que, ainda bem, deixa as pessoas falarem o que querem. O que não dá é para não explicar o que de fato aconteceu”, comentou. “Se for por analogia, quem foi contra a LDO votou contra o dinheiro para a educação ou para a saúde. É o correto? Claro que não.”
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