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Nossa melhor pré-temporada, diz Marinho sobre Haddad ao Estado

Presidente do PT cita que potencial candidatura do ex-prefeito paulistano ao Bandeirantes com cenário atual aumenta expectativa

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
15/07/2021 | 00:21
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Claudinei Plaza/ DGABC


Ex-prefeito de São Bernardo e atual presidente estadual do PT, Luiz Marinho diz que o partido tem feito “a melhor pré-temporada” de sua história na montagem da campanha ao governo do Estado no ano que vem. Um dos articulistas para que o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad seja o postulante petista, Marinho vislumbra a existência de um candidato competitivo e conhecido, inclusive no Interior, aliada à fadiga de governos tucanos e à divisão de candidaturas do campo da direita.

Em visita ao Diário, Marinho admitiu que há “expectativa criada” com relação à potencial candidatura de Haddad ao Palácio dos Bandeirantes, em que pese ele adote tom de cautela de classificar o aliado como candidato desde já. Apesar da prudência, reconheceu que “Haddad tem ido bem”, que a militância está motivada, que há sentimento de resgate dentro do petismo e que o cenário apresentado é o melhor desde a fundação do PT, em 1980.

“Haddad tem demonstrado uma serenidade importante na escuta. Escutar parece que é fácil, mas não é. Às vezes dá trabalho. Nem todo mundo tem paciência para isso”, considerou. “Estamos na melhor pré-temporada, utilizando um termo futebolístico. Se você olha para trás, para nossa história, é a melhor, a que mais cria expectativa”, emendou Marinho, que foi candidato do PT ao governo do Estado em 2018, no ápice do antipetismo, ficando na quarta colocação – agora ele será candidato a deputado federal.

Prefeito da Capital entre 2013 e 2016, Haddad perdeu a reeleição para João Doria (PSDB) cinco anos atrás. Em 2018, assumiu a candidatura presidencial do PT depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então detido na superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba, foi impedido de concorrer. Marinho avalia que esse recall eleitoral é fundamental para Haddad e o PT vencerem um adversário que tem dado vitórias sistemáticas ao tucanato: o conservadorismo do Interior.

Marinho ponderou também que há chance de divisão no campo tucano, depois que Doria escolheu seu vice, Rodrigo Garcia (PSDB), o nome a tentar a sucessão. “Ele é desconhecido e sua candidatura, de quebra, vai expulsar (do PSDB) a figura mais conhecida do partido, o ex-governador (Geraldo) Alckmin.”

“Ou seja, há uma fadiga de governos do PSDB, que estão à frente do Estado antes mesmo de eles nascerem (o PSDB foi fundado em 1988, tendo muitos quadros do antigo PMDB, que dirigia o Estado à ocasião) e há uma crise de criatividade”, citou Marinho, lembrando que outros candidatos do campo de direita devem se apresentar, como o ministro Tarcisio Gomes de Freitas (Infraestrutura), o deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei (Patriota), o deputado federal Vinicius Poit (Novo). “Há ainda a Joice (Hasselmann, PSL, deputada federal) e a Janaina (Paschoal, PSL, deputada estadual), que podem sair também. A partir disso temos de buscar a união da esquerda. Não sendo possível no primeiro turno, buscar pacto para o segundo. Nosso maior desafio é levar o Haddad ao segundo turno. É o nosso foco.”

Haddad iniciou suas costuras político-eleitorais de forma presencial nesta semana, no Grande ABC. Ontem, foi à UFABC (Universidade Federal do ABC) e conversou com o bispo dom Pedro Carlos Cipollini, da Diocese de Santo André. 




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