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Comércio da região clama pelo frio
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
19/03/2005 | 15:26
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A chegada do outono e do inverno deflagrou uma verdadeira guerra no comércio varejista de vestuário na região. Com previsão de forte crescimento de vendas por conta da coleção outono-inverno – com preços estáveis desde o inverno de 2004 –, os lojistas estão ignorando aumento de custos para evitar repasses aos preços e também reduzem a margem de lucro na expectativa de compensar no volume de vendas.

As coleções outono-inverno trazem várias novidades às vitrines de shoppings e lojas de rua do Grande ABC. As estimativas são de que as vendas cresçam 30% nos próximos três meses em comparação com o ano passado, segundo projeções da Alshop (Associação de Lojas de Shoppings). O otimismo se justifica pelas encomendas. Atualmente, os pedidos estão em média 20% superiores, no confronto com a mesma época de 2004.

As grandes lojas de departamentos partem para o ataque com margens de lucro menores para garantir a fidelidade do consumidor. Enquanto isso, pequenos comerciantes recheiam os estoques, a fim de se preparar para o esperado aumento da demanda, trazido pelo frio. Redes como Riachuelo, C&A e Renner esperam no clima uma aliada às vendas.

Para Carmem Dominguez, proprietária da Alla Scalla, loja de moda masculina e feminina, em Santo André, o segredo para garantir faturamento superior ao de 2004 é manter “gordos” os estoques, preparados para um possível frio prolongado. “No ano passado, sobrou cliente, mas faltou produto. Os artigos mais tradicionais, como jaquetas, gorros e cachecóis saíram muito”, garante Carmem, que neste ano pretende estocar 30% a mais que em 2004. “Acredito que as vendas vão crescer 20%”, completa.

Câmbio – Além do frio, alguns setores esperam que o dólar em baixa favoreça as vendas. É o caso dos calçados. Para muitos fabricantes, exportar já não é um bom negócio e manter o produto em terras brasileiras é uma alternativa economicamente viável. “Estamos com mais opções em sapatos neste ano que em 2004, além de que o preço está mais baixo, já que a concorrência entre os fabricantes derruba do valor da mercadoria”, explica Rute Beulke, proprietária da Kenzut, loja de calçados finos, em Santo André.

A lojista Ana Cláudia Polydoro, da Maria confecções, de Santo André, diz que 2005 tem tudo para ser um dos melhores anos da história. “Estamos preparados para isso. Mesmo que tenhamos um volume de venda equivalente ao do ano passado, será bom. Isso porque aqueles que não compraram por falta de mercadorias no ano passado, agora terão muita coisa nova”, prevê Ana Cláudia, que aposta em expansão de 20% nas vendas.




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