Sehal avalia que retomada pós-pandemia não deve ocorrer a curto prazo
Criado em 12 de julho de 1943, o Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC) completa 78 anos hoje. O aniversário é comemorado em meio a um dos momentos mais desafiadores para o setor: a pandemia do novo coronavírus. Mesmo que o movimento de bares, restaurantes, hotéis, motéis e bufês, todos representados pela entidade, aos patamares pré-crise sanitária não deva acontecer no curto prazo, há expectativa de melhorias conforme a vacinação avança nas sete cidades.
Quando a quarentena para frear a contaminação pelo vírus foi instalada, em 23 de março de 2020, o setor foi um dos principais afetados. Isso porque foi obrigado a fechar as portas e funcionar apenas no sistema delivery. “No início, tivemos muitas reuniões com o Consórcio (Intermunicipal do Grande ABC) pedindo a reabertura do comércio em geral, depois começamos a conversar com as prefeituras e, por meio da federação, com o Estado”, lembra Beto Moreira, presidente do Sehal e vice presidente da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo).
Além de pedir a volta do atendimento presencial, a entidade negociou a criação de melhores condições para o setor sobreviver à crise. Nas cidades, conseguiu a postergação ou isenção no pagamento de tributos municipais e, no Estado, pleiteou, junto a outras entidades representantes do comércio, linhas de crédito mais acessíveis.
O Sehal chegou a ingressar na Justiça, em julho do ano passado, pela autorização para bares abrirem à noite – até então, a flexibilização da quarentena permitia que eles funcionassem apenas durante o dia. Mesmo assim, Moreira lembra que a pandemia custou diversos estabelecimentos e empregos do segmento, ainda que não seja possível precisar a quantidade. “Não podemos demitir todo mundo, (afinal) junto com comércio, somos maiores empregadores do País”, destaca.
O presidente do Sehal afirma que a entidade foi uma das primeiras a criar um protocolo próprio para o setor funcionar em segurança durante a crise sanitária. O documento foi apresentado às prefeituras e ao Consórcio Intermunicipal para mostrar que os estabelecimentos estavam prontos para voltar à ativa. As diretrizes, criadas ainda em 2020, são as mesmas que guiam o funcionamento do segmento atualmente.
Mesmo com o avanço da vacinação, avaliada por Moreira como acelerada na região, não há expectativas de que a demanda volte ao normal a curto prazo. “Nada será como antes em nenhum setor da economia. Muitas coisas estavam represadas, como nos bufês, que as festas devem voltar, mas se a pessoa não gastou neste mês com restaurante, ela não vai gastar o dobro no mês que vem”, aponta.
Outro ponto é que parte da população ainda está receosa em sair de casa. “Muita gente ficou assustada, e com razão, com o que está acontecendo. Não é normal ter mais de 2.000 mortes por dia”, completa o dirigente.
Entidade seguiu crescimento regional
A criação e o desenvolvimento do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC) acompanharam o crescimento econômico da região. Criado em 1943, teve na implementação e consolidação da indústria automotiva, na década de 1950, impulso essencial para o fomento do setor de bares, restaurantes e hoteleiro, principalmente com o início da migração de trabalhadores para o Grande ABC.
Já na década de 1980, os sindicatos ganharam força para reestruturar a economia afetada pelo regime militar. Na década seguinte, a abertura de hotéis, casas de show e eventos, bares, pizzarias e restaurantes se intensificou em razão do desenvolvimento econômico regional. À época, o Sehal começou a oferecer cursos, palestras e outros serviços para profissionalizar, cada vez mais, o segmento.
No fim dos anos 90, o setor contava com aproximadamente 10 mil empresas e empregava mais de 100 mil pessoas, movimentando R$ 2,5 bilhões ao ano na economia das sete cidades. No início de 2000, a entidade promoveu o primeiro festival gastronômico de Santo André com o objetivo de mostrar a qualidade dos chefs da região.
Em 2005, o Sehal passou a fazer parte da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo) e, dois anos mais tarde, comemorou a marca de 10 mil participantes em seus cursos. Atualmente, o sindicato tem 23,5 mil estabelecimentos em sua base e tem sede na Rua Laura, número 214, na Vila Bastos, em Santo André, e é o único representante legal do setor no Grande ABC.
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