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Europeus aproveitam euro mais forte e esbanjam em Nova York
Da AFP
24/12/2007 | 12:59
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Com dólares na carteira trocados a uma das mais vantajosas taxas da história, os detentores de euros invadiram a Quinta Avenida em Nova York e não economizam nas compras.

Os europeus ganham de longe no quesito presença em Nova York, mas a quantidade de jovens asiáticos é grande, assim como a de japoneses fascinados pelos diamantes expostos na vitrine do joalheiro Tiffany's.

"Um iPod shuffle custa US$ 79, na França seriam 79 euros", ou seja, 40% mais caro, destaca Sébastien Rius, 37 anos, um francês que veio com a esposa passar alguns dias em Nova York.

Chantal Rius encontrou vestidos da estilista americana Diane von Furstenberg "a preços muito bons", numa loja que, como muitas outras em Nova York, começa a entrar em promoção antes das festas de fim de ano, ao contrário do que ocorre na Europa, onde os preços só baixam em janeiro.

O casal conseguiu alugar um apartamento a US$ 250 por noite e se dissem muito satisfeito. "No aeroporto de Lyon, nossos euros foram trocados a taxa de 1,37 em vez dos 1,47 da semana passada, mas está bom mesmo assim!", comemorou Sébastien Rius.

O cubo de vidro que abriga a Apple, na Quinta Avenida diante do Central Park, não esvazia. "Circulem, não detenham o fluxo", ordenou um funcionário uniformizado na entrada desta loja, no subsolo.

Embaixo, dezenas de vendedores vestidos de vermelho abordam os clientes para estimulá-los a comprar. Enquanto isso, uma fila especial se forma para os que querem adquirir os produtos "phare" da iPod. Os empregados equipados com as máquinas de cartão de crédito circulam para acelerar o processo de compra.

Em média, o iPod nano custa 210 euros na Europa e US$ 215 em Nova York, já com a taxa municipal inclusa, ou seja, 85 dólares a menos num câmbio de US$ 1,43 por euro. Dezenas de clientes levam um pequeno pacote cinza nas mãos que vai se juntar a dezenas de outros pacotes.

O responsável comercial da loja, Patrick Sweney, no entanto, se recusa a dar indicações sobre as vendas do fim de dezembro. "Perguntem para a assessoria de comunicação em San Francisco", disse ele.

"As roupas e os eletrônicos são mesmo comprados com mais vantagens aqui", disse um madrilenho que mora com amigos nova-iorquinos. Ele se diz feliz de "estar na capital do mundo e, além disso, fazer bons negócios".

Enfrentando a brisa glacial, milhares de turistas, muitos em família, ocupam as calçadas, tornando-as impraticáveis. Com suas máquinas, fotografam praticamente tudo, da vitrine cintilante da loja de jogos RAO Schwarts à verdadeira "instalação" verde, com guirlandas luminosas aos falsos pacotes de presentes suspensos, que enfeitam a vitrine da joalheria Cartier.

Uma fila de espera de 15 minutos é constantemente realimentada diante da "Abercrombie & Fitch", uma marca particularmente apreciada por jovens franceses. Ao percorrer os corredores, os clientes empilham em seus braços as roupas básicas e, portanto, fora de preço, todos rigorosamente "made in China".

Diante destas lojas com estoques sempre em promoção e com uma música ensurdecedora de boate, o casal está perplexo. "Eu não entendo por que eles enfrentam temperaturas glaciais, quando se pode comprar essa marca por internet", questionou Marcus Frick, um alemão de 35 anos que chegou no domingo com sua amiga Kathrin.

"É claro que fizemos compras, mas não se pode exagerar: o curso do dólar é catastrófico para os americanos e para todos os que têm salários em dólares. Além disso, passar uma semana em Nova York não é exatamente algo barato: o hotel custa US$ 1,1 mil por noite!", disse ele.




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