Uma, uminha, umazinha só. Uma porção de alegria, esse produto tão raro nos dias de hoje. Imploramos. Não passa um dia sem que alguma notícia esquisita nos abale. Assistimos o mundo inteiro tentando se curar, se recuperar, reviver, se reinventar e reorganizar desse baque, pesadelo, onde cada dia de sobrevivência precisa ser efetivamente comemorado. Mas, aqui, quem consegue? Em um dia perdemos parentes e amigos; em outro, quem tanto admirávamos, por quem torcíamos pela recuperação, mesmo que ela fosse até difícil de acreditar se pensássemos bem. Paulo Gustavo se notabilizou por nos trazer esse raro e cada vez mais escasso produto, a alegria. Chega ser sintomática, emblemática, a sua partida no meio disso tudo. Como conter a emoção? O prefeito da maior cidade do País lutando publicamente pela vida em um leito de hospital, com altos e baixos.
A gente chora, sofre e perde o sono pensando em professoras e bebês assassinados a golpes de adaga na outrora pacata cidadezinha de nome poético, Saudades. Ficamos revoltados ao ver desastrosa operação policial carioca no morro do Jacarezinho, e que mostra as suas ruas, vielas, barracos cobertos de sangue que escorre o desespero e o luto de 25 mortes. Pior: saber que tem quem aplauda chacina como essa, uma pena de morte, sem julgamentos, como quem degola, arrasta e espalha pedaços de corpos.
Brasil atual embaçado, o País do esculacho. Demorará mais que outros para se recuperar desse tempo amargo e retomar sua tradição de País gentil, gente alegre reunida, Cidade Maravilhosa etc e tal. Estamos com desgoverno absurdo e cruel, administrados por presidente bronco, que ainda se diverte ironizando o sofrimento do povo, fazendo da política uma barafunda gincana, onde nós somos caçados, e não surge força capaz de cassá-lo, porque há muitos beneficiados com suas confusões, animados por trupe violenta e insistente que sai às ruas espumando por medidas antidemocráticas.
Ano passado estávamos mais unidos. As varandas e janelas abertas emitiam cantorias, a solidariedade se mostrava na preocupação com o outro, com recursos, com comida, companhia, compaixão. Mas 2021 chegou arrasando e agora em maio ainda tememos a evitável escalada de mortes correndo para alcançar a marca tão temida, de meio milhão de vidas perdidas. A alegria se esvaiu. Precisávamos ter tratamento precoce, sim, mas para evitar toda essa tristeza. Necessitaremos de alegria, alguma, muita, e que esta seja coletiva. Nos unir o mais rapidamente possível para procurar essa fonte para beber, e que agora está soterrada. Enfim, parece que já começamos a escavar para encontrar essa fonte e logo jogaremos fora todo o lixo que a encobre.
Marli Gonçalves é jornalista.
Palavra do leitor
Sem apoio
Necessário que se esclareça a alguns desavisados que as manifestações no dia 1º de maio, Dia do Trabalho, não foram a favor de Bolsonaro, como quis deixar entender carta nesta coluna (Patriotismo, dia 3). Ninguém em sã consciência iria apoiar o presidente no Dia do Trabalho se temos 14 milhões de desempregados, a maioria por causa dele. O que houve a favor dele foi uma meia dúzia de gato pingado vestida de verde e amarelo, gente que recebe dinheiro para isso, para tentar tumultuar, que é o que os fanáticos sabem fazer de melhor. Mal comparando, se tivéssemos um Dia da Vacina e houvesse manifestações alguém achar que a população nas ruas seria a favor deste presidente. É só lembrar das mais de 400 mil mortes no Brasil porque ele negou a vacina, negou a ciência e negou o SUS (Sistema Único de Saúde. O mundo não acredita nem confia mais no Brasil única e exclusivamente por causa dele. E será assim enquanto ele estiver como presidente. Não aguentamos mais!
Vânia Togato Viegas
São Bernardo
Rua Asa Branca
Informo que na Rua Asa Branca, na nova praça, na quadra recém-inaugurada, no bairro Jardim Alzira Franco, em Santo André, acabou o sossego das famílias de bem. Peço a este Diário que faça chegar essa informação ao secretário de Estado da Segurança Pública, general João Camilo Pires. Nessa via, assim como em outras próximas, ninguém dorme mais à noite, porque o som é muito alto, com carros com ‘paredões’ e caixas de som, que são colocadas no chão. Há muita droga e bebidas alcoólicas, narguilês, motos sem placas, sendo empinadas e fazendo muito barulho. O local tornou-se ‘baile funk’. Também há muita gente na rua sem máscara, em plena pandemia. Nos fins de semana chega a ter mais de 1.000, e o ônibus não consegue nem passar, porque a via fica bloqueada com a enorme quantidade de pessoas. A Polícia Militar até vai ao local, mas nada é feito, nem sequer a evacuação. Ela passa, olha e vai embora. Nós não sabemos mais a quem recorrer. Peço encarecidamente ajuda ao secretário do Estado.
Mariana de Assis Lopes Silva
Santo André
Rua Coimbra
Como cidadão de Santo André, sinto-me incomodado de ter de lembrar à Prefeitura de Santo André que precisa fazer o serviço de zeladoria da cidade. É necessário que tenha equipe nas ruas – guardando os cuidados contra a contaminação pelo coronavírus, claro! – para checar onde há a necessidade de intervenções da municipalidade andreense. Por exemplo, a Rua Coimbra, na Vila Pires, é via quase intransitável tamanha a quantidade de defeitos no asfalto, inclusive com enormes buracos. Grande parte das pessoas que por ali transitam é por causa do velório do cemitério que tem nessa rua. Então, além da tristeza pela perda de algum ente querido, a pessoa ainda tem de enfrentar esse verdadeiro rali para chegar e sair do local, principalmente para quem não é morador da cidade nem conhece o lugar, como eu, por exemplo. Desnecessário ter de passar por isso!
Marilza Aparecida Sperândio
Mauá
Também a pé
Sugiro às prefeituras do Grande ABC que façam adaptação para que as pessoas possam ser vacinas nos drive-thrus também a pé. Não é todo mundo que tem carro. Muitas vezes são os parentes que têm de levar, e pegar filas, o que atrasa a vida dessas pessoas, que muitas vezes trabalham e têm de faltar ou pedir saída para levarem seus parentes para vacinar. Muitas pessoas que não foram tomar a segunda dose pode ter sido porque não tiveram condução. Ajudaria muito e seria exemplo para todo o Brasil.
Arlete Baptista
Diadema
Brasil e corruptos
Os seguidores de Lula são todos corruptos e amigos dos cofres públicos. Quem não lembra do financiamento do porto de Cuba e do Mensalão? Aparentemente Lula está de volta, por força de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). A gente só não entende por que o presidente Jair Bolsonaro não fecha o Congresso, reformula toda a legislação administrativa, para, depois, reabrir por meio de novas eleições! A atual legislação e políticos costumeiros precisam ser reformulados a qualquer preço. Do jeito que as coisas de interesse geral do povo estão sendo conduzidas o Brasil não vai aguentar muito tempo. Plagiando Monteiro Lobato: ‘Ou o Brasil acaba com os políticos corruptos ou os políticos acabam com o Brasil’.
Bilac de Almeida Bianco
São Caetano
Choro todos os dias
Todos os dias choramos a perda de pessoas queridas devido ao coronavírus. São conhecidos, desconhecidos, famosos, anônimos, gente próxima e também distante. Infelizmente essas são as notícias diárias. O Grande ABC chega a mais de 7.000 mortes pela Covid, conforme nos informa este Diário (Setecidades, dia 5). O Brasil está descontrolado quanto ao combate a esse vírus que aí está, ceifando vidas, destruindo famílias, arrebentando lares, desfazendo sonhos. Desculpem-me os apoiadores deste que está presidente, mas, para mim, o grande culpado por esta catástrofe que enfrentamos é quem dizia que era ‘só uma gripezinha’, que não iríamos ‘passar de 200 mortes’, que a cloroquina resolveria o problema, que afirmou que ‘gente morre todo dia’, que máscara ‘faz respirar ar viciado’, que lockdown destroi o País, que negou diversas vezes a oferta de vacinas e outros impropérios. E agora, o que fazer? A economia logo se recupera. E as vidas perdidas? Isso tem nome, e não é bonito: isso chama-se genocídio. E os genocidas têm de pagar pelo que fazem.
Maria Thereza Fidelis
Ribeirão Pires
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