O Congresso Nacional do Equador se reúne em sessão extraordinária neste domingo para buscar uma saída legal à dissolução da Suprema Corte de Justiça. O anúncio foi feito pelo presidente do Parlamento, Omar Quintana. Aliado do presidente equatoriano, Lucio Gutiérrez, Quintana destacou que pelo menos 51 dos 100 deputados devem comparecer para que a sessão seja aberta.

A oposição também se reúne neste domingo para estudar as estratégias que pretende utilizar no futuro para lutar contra o regime de Gutiérrez, que viaja neste domingo à província de Los Ríos (sudoeste) para se encontrar com plantadores de bananas.

Gutiérrez revogou no sábado o estado de emergência que havia decretado um dia antes em Quito. A decisão de restabelecer as garantias constitucionais na capital acalmou parcialmente os manifestantes, que pedem a renúncia do presidente.

A capital equatoriana amanheceu mais tranqüila neste domingo, após uma manifestação que reuniu cerca de 500 pessoas durante a madrugada na praça da Independência, diante do Palácio de Carondelet, para exigir a renúncia do presidente.

Os manifestantes se dispersaram antes das 2h e nenhum incidente foi registrado. Um capitão da polícia informou que tem instruções para impedir o acesso de grupos de manifestantes aos arredores da sede da presidência.

"Lucio Gutiérrez tem que renunciar. Se não o fizer, o mandaremos embora. Esta luta está apenas começando", ameaçou o universitário Santiago Sanchez.

Na noite de sábado, quarenta e oito deputados da oposição se reuniram na sede do Parlamento, no centro moderno de Quito, mas não puderam manter uma sessão oficial por falta de quorum. Faltaram três parlamentares, que estavam fora da capital.

O Equador enfrenta uma crise político-jurídica desde 8 de dezembro, quando uma maioria oficialista no Congresso reestruturou o Suprema Corte de Justiça e, com uma simples resolução, integrou uma nova, imediatamente classificada de ilegal e politizada pela oposição.