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Exatos dez meses. Este foi o tempo em que Eduardo Pazuello esteve à frente do Ministério da Saúde. No dia 16 de março de 2020 ele viria a substituir Nelson Teich, que ficou 27 dias no cargo e, literalmente, entrou e saiu sem dizer a que veio. O general do Exército foi apresentado por Jair Bolsonaro como ‘especialista em logística’. O que, no entender do presidente, seria suficiente para enfrentar o avanço da Covid-19 no País.
Quando assumiu a pasta havia 14.817 mortos no Brasil, 4.501 no Estado de São Paulo e 353 nas sete cidades do Grande ABC. No tempo em que ele foi ministro estes números cresceram bastante. No dia em que foi anunciada a troca de Pazuello por Marcelo Queiroga o Brasil chegou a 279.286 mortes; São Paulo, a 64.223, e a região, 4.945.
A interinidade de Pazuello durou até setembro do ano passado. Naquele mês, apesar da piora em todas as marcas em relação à Covid, ele conseguiu ser efetivado. Talvez por pautar-se exclusivamente pelos mandamentos do presidente e da ala ideológica do governo, apostando em remédios sem eficácia comprovada e, ao mesmo tempo, desprezando as ofertas de vacinas feitas por diversos laboratórios, como veio a ser comprovado depois.
Pazuello ainda foi desautorizado em público por Bolsonaro. Em reunião com governadores, assumiu compromisso de compra da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, mas o acordo foi desfeito após Bolsonaro esbravejar que não iria comprar a ‘vacina chinesa do Doria’.
A logística, que seria a sua especialidade, ainda não apareceu na gestão. Faltou oxigênio para os pacientes de Manaus e o resultado foi a perda de mais vidas. Sob os seus auspícios, foram parar no Amapá doses de imunizantes que seriam dos amazonenses. E nos últimos dias ele vem diminuindo sucessivamente a quantidade de vacinas que já deveriam ter chegado do Exterior para serem aplicadas nos brasileiros.
Pazuello foi a pessoa errada no lugar também errado. Tomara que Queiroga aprenda com os erros do antecessor e, verdadeiramente, cuide da saúde dos brasileiros.
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