O Santo André reaparece no Estadual devidamente credenciado pelo vice-campeonato de 2010. É a injusta herança para quem, prejudicado pela arbitragem na finalíssima contra o Santos, poderia ostentar o troféu como primeiro componente na galeria dos melhores. O fio da navalha financeira, porém, impediu que o clube mantivesse os responsáveis pela impecável campanha do ano passado, especialmente Bruno César (Corinthians) e Rodriguinho (Fluminense). O rebaixamento à Série C nacional é outra história fora do contexto. Nem vale a pena reprisá-la. O atual enredo sugere o recomeço.

Depois de mandar quase 20 jogadores embora, a diretoria trouxe nada mais nada menos do que 16 reforços. Entre eles, o experiente zagueiro Anderson, campeão mundial pelo Corinthians em 2000, que ainda esteve no Benfica, Lyon, São Paulo, Cruzeiro e Seleção Brasileira de Carlos Alberto Parreira na temporada 2005.

Para o setor defensivo, também vieram Sidraílson, Sandoval e Altair Silva. Laterais: Wesley, Gilberto e Juan. Volantes: Mário Jara, Jéferson, Magno e Dimas. Meio-campista: Walax. Atacantes: Igor, Renan Motta e Luciano Fonseca, além da volta de Nunes, que havia sido emprestado ao Vasco.

Permaneceram os goleiros Neneca, Gustavo e William. Os alas Iran e Denis. Os zagueiros Vitor Hugo, Marcelo Godri e João Paulo. Os volantes Mica, Pedro e Alex Silva. Os meias Aloísio, Rafinha, Pio, Allan e Chiquinho. Os atacantes Rychely, Borebi. Léo Paraíba e William (vítima de grave fratura que o afastou da Série B de 2010).

O discurso do técnico Pintado reflete os limites das ambições de quem não admite mais a ideia de se acomodar na gangorra do cai-cai das últimas temporadas. Segundo ele, existe apenas a linha reta que, sabe-se lá, não permite retrocessos na sequência das batalhas. "Falei sinceramente ao presidente (Ronan Maria Pinto): o clube tem charme de grande. Portanto, não pode mais recuar. Comigo é daqui para cima", exemplificou o bicampeão mundial pelo São Paulo de Telê Santana.