O deputado federal e vice-prefeito eleito de São Bernardo, Frank Aguiar (PTB), disse ter feito uma pesquisa com cerca de 2.000 eleitores da cidade para decidir se deve ou não abrir mão do cargo recém-conquistado ou terminar seu mandato em Brasília. Segundo ele, a enquete, realizada por telefone entre 20h e 22h da noite de terça-feira, foi feita apenas com pessoas que, em levantamentos anteriores, disseram votar na chapa encabeçada por Luiz Marinho (PT).

O resultado surpreendeu o deputado. Ele afirma que 51% das pessoas consultadas disseram preferir que ele assuma a vice-prefeitura. O restante acredita que como deputado federal Frank poderá ajudar mais a cidade. "Estou dividido. Achei que o levantamento mostraria que entre 70% e 80% das pessoas iriam pedir para eu ficar em São Bernardo. Aí a decisão ficaria mais fácil", comentou.  "Já ouvi os pedidos e considerações do Marinho e do presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) e achei correto consultar a sociedade". A decisão, ele ressalta, ainda não foi tomada. "Agora estou começando a admitir a opção de ficar no Legislativo. Serei diplomado e independentemente da decisão tomada, ficarei nesta ponte entre Brasília e São Bernardo."

Voluntário - "Sei a importância de um deputado federal para a cidade e que a minha saída representa uma porta fechada". Frank afirma que caso continue no Legislativo tentará conciliar o tempo para atuar também como vice-prefeito "voluntário". "Serei um vice diplomado sem tomar posse. Terei a minha sala na Prefeitura e atenderei nela. Visitarei bairros e serei atuante. A diferença é que não receberei salário e nem posso ficar no lugar do prefeito em caso de alguma eventualidade".

Frank afirma ter indicado Celso Frateschi para a Pasta de Cultura. "O Marinho sempre conversa comigo. Indiquei o Celso porque acho ele tem capacidade técnica para produzir cultura. Outros nomes foram discutidos de forma coletiva".

O parlamentar desmentiu comentários de que possíveis desentendimentos com Nilza de Oliveira - mulher de Marinho e futura secretária de Orçamento e Planejamento Participativo - teriam motivado o distanciamento político na cidade. "São divergências políticas, o que é comum, mas nossa relação é boa e eu considero a Nilza altamente capacitada e experiente para assumir o cargo."