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Internet é mais uma boa opção para a TV
Rodrigo Teixeira
Da TV Press
30/04/2003 | 20:20
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Utilizar a internet só para troca de e-mails ou ler as notícias do jornalismo impresso é coisa do passado. Aos poucos, a rede mundial de computadores se transforma em um meio de se assistir a imagens em movimento, o que a aproxima da TV. Tanto é que várias emissoras já disponibilizam alguns programas ao vivo pela rede – desde o Jornal Nacional, da Globo, até o Vitrine, da TV Cultura – ou até mesmo toda a programação, como a Rede TV!. Mas além da transposição do modelo televisivo para a web, já existe uma produção específica, como nos casos dos servidores UOL, IG e Terra.

O jornalista Paulo Henrique Amorim, por exemplo, há três anos comanda o UOL News, TV na internet com cerca de 6 milhões de visitas mensais, o maior índice do país. “Estamos montando uma mini-estação televisiva, com programação, câmaras na rua, repórteres e programas diversos, como o Monkey Show, em que José Simão faz inusitadas análises políticas”, diz Amorim.

A experiência mais inovadora é desenvolvida pela Alltv, que está no ar há quase um ano e com acesso gratuito. Comandada pelo jornalista Alberto Luchetti, é uma emissora totalmente voltada à internet e recebe cerca de 15 milhões de visitantes por mês. A empresa investiu US$ 2 milhões para montar a estrutura. Atualmente, a Alltv tem 120 funcionários e uma programação que vai desde os jornalísticos – os mais procurados – até programas de culinária, esporte e turismo.

Com a receita vinda dos anúncios bancados por empresas como Bradesco, Nestlé e Banco do Brasil, a Alltv tem 80% do público entre 16 e 34 anos e estratificado nas classes A e B. “Nós fazemos TV na internet. Usar a rede para exibir material da TV qualquer um pode fazer”, afirma Luchetti.

Na verdade, a globo.com faz o caminho inverso ao da Alltv: disponibiliza o material da emissora para o site. Lançado em 2000, o objetivo era representar a Globo na internet. Desde que estreou, pulou da 10ªcolocação para o terceiro site mais visto, com 4,6 milhões de visitas por mês. Em janeiro deste ano, a globo.com lançou o Globo Mídia Center, dedicado totalmente para os vídeos globais, e já conta com 50 mil assinantes.

A plataforma tem três objetivos: mostrar programas ao vivo esporadicamente, como o Big Brother Brasil, exibir 24 horas ao vivo o canal por assinatura Globonews e disponibilizar o acervo da Globo. Desde cenas de novelas antigas, como Escrava Isaura, até reportagens relevantes, como a queda do Muro de Berlim, e fatos históricos, como a chegada do homem à Lua. Ao todo, o site já tem 100 mil vídeos globais disponíveis. “O importante para nós é reaproveitar o material da Globo. Por isso, produzir só para a internet não está nos planos”, diz Frederico Monteiro, diretor de marketing da globo.com.

Já a Rede TV! foi a primeira a disponibilizar a sua programação on-line e gratuitamente. Atualmente a emissora recebe 40 milhões de visitas mensais em seu site. Além de mostrar o que é transmitido, a Rede TV! incluiu câmaras nos estúdios A e B da emissora. Por meio delas, o internauta acompanha as gravações de programas ou os cenários sendo montados. “Pensamos em fazer uma programação só para a internet, mas vamos esperar as tecnologias evoluírem e a banda larga se popularizar”, afirma Ilton Casarotti, gerente de informática da Rede TV!.

De fato, apenas uma parcela dos 10 milhões de internautas no Brasil têm acesso à banda larga. Este é o principal obstáculo para que seja possível ver imagens em movimento com a mesma qualidade televisiva e o mercado publicitário também evoluir na rede. Por enquanto, a publicidade na rede se limita a pequenos banners e janelas mínimas, que não se comparam a qualidade da propaganda na TV. “Só agora os publicitários estão sendo chamados para bolar anúncios dirigidos para a internet. Até então, qualquer um achava que podia fazer este trabalho”, diz o publicitário Lula Vieira, sócio da agência VS Escala.




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