Política Titulo São Bernardo
MTST vai à Câmara e cobra política de moradia na cidade

Projeto que altera Plano Diretor, enviado pelo prefeito Orlando Morando em regime de urgência, segundo dirigentes do movimento, não contempla quem precisa de um lar

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
21/12/2020 | 11:30
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Atualizada às 19h

Cerca de 130 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) de São Bernardo invadiram o prédio da Câmara para cobrar dos parlamentares ação efetiva para que que todos tenham moradia digna.

Segundo Anderson Dalecio Feliciano, dirigente do MTST de São Bernado, o projeto foi feito sem conversa com a população. “O PL (projeto de lei) 92/2020 altera principalmente área de zoneamento, e isso prejudica bastante a política de moradia da cidade. Desde janeiro de 2017 essa política não existe aqui. E esse projeto vai piorar a situação. A nova lei diz que quem mora em assentamento precário não terá direito à moradia popular feita pela Prefeitura. Ele (o prefeito Orlando Morando, PSDB) já não constrói moradia. Com essa lei ele fica tranquilo para construir ou não”, reclama Dalecio. “Sabemos que ele tem maioria na Câmara, mas vamos fazer pressão para que não votem o projeto. Daqui para frente ficaremos no pé dele (prefeito)”. O texto foi votado e aprovado pela casa. Aguarda sanção de Morando.

Diante do impasse, comissão com alguns integrantes foi montada para conversar com os vereadores. O presidente da casa, Juarez Tudo Azul (PSDB), disse que buscou encontrar solução pacífica. “Só não permiti que o pessoal do MTST entrasse no plenário porque em pedidos passados, até de outras pessoas, eu também não autorizei. Os vereadores montaram uma comissão e receberam o pessoal do MTST. Eles se reuniram na sala. Houve pequena confusão quando tentaram invadir, mas tudo acabou sem briga.” 

A vereadora Ana Nice (PT) reclamou da condução dos trabalhos. "Esse projeto teria que ter tido uma discussão ampla com a população, já que ele muda o zoneamento da cidade e o plano diretor. A única discussão que teve foi de forma virtual, pelo Youtube, ou seja não teve debate. As pergunta foram encaminhadas antes por e-mail. A Prefeitura poderia ter usado plataforma como o Zoom, onde as pessoas podem entrar na sala e falar. Não teve isso. O entendimento é que não seguiu o rito legal do processo porque não teve debate, não tem lista de presença. Isso é cabível de encaminhamento judicial e estamos debatendo isso com o movimento", disse.

 




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