Política Titulo ESCALDADO
PT de Diadema teme ter vice crítico

Gilson e José Augusto sofreram com companheiros de chapa oposicionistas

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
20/05/2012 | 07:26
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Além de pensar no projeto de 2016, o PT de Diadema defendeu a manutenção de Gilson Menezes (PSB) como vice na chapa de reeleição do prefeito Mário Reali (PT) com receio de encontrar um companheiro de legenda que pudesse reeditar as brigas históricas entre prefeito e vice.

Autointitulado como "jarro" na administração Reali, Gilson sentiu na pele o quão exacerbada era a divergência de opiniões no PT. Primeiro prefeito eleito pelo partido no País, Gilson concorreu em 1982 com Paulo Afonso da Silva em sua chapa. Sofreu com opiniões contrárias de seu vice. A disputa interna fez Gilson deixar o PT, em 1986 - muito pela briga com o hoje tucano José Augusto da Silva Ramos, que o sucederia no Parque do Paço. Em 1997, quando retornou à Prefeitura, Gilson bateu de frente com sua vice, Regina Gonçalves (PV). O estremecimento foi tamanho que os dois lançaram candidaturas próprias em 2000 em vez de caminharem pela reeleição. Morreram abraçados, ainda no primeiro turno.

Mas situação mais incômoda foi a de José Augusto em seu único mandato em Diadema. Eleito pelo PT em 1992, o hoje cacique tucano não contou com um só dia de sossego de críticas de seu vice, Antônio Geraldo Justino, o Tonhão. Liderança estadual do professorado, Tonhão, no dia da posse, distribuiu folhetos criticando José Augusto.

Durante greve de coletores de lixo, Tonhão incitou os manifestantes a jogarem lixo em frente à Prefeitura. Foi atendido. O vice abandonou a política, saiu do PT, migrou para o PSB e voltou à tona em 2000, quando agrediu o ex-governador Mário Covas (PSDB, morto em 2001) em protesto que professores faziam em frente à Secretaria de Estado da Educação.

Quem teve mandatos mais tranquilos foi o hoje deputado federal José de Filippi Júnior (PT). Prefeito por três vezes, Filippi iniciou trajetória no comando do Executivo ao lado de Antônio de Lucca Filho (PT), conhecido como Paraná. O vice foi fiel escudeiro de Filippi, conduzindo, inclusive, protesto do PT contra José Augusto em 1996. Então presidente do diretório petista, José Augusto rompeu politicamente com Filippi e anunciou que não iria autorizar candidaturas de vereadores ligados ao prefeito. Paraná sugeriu voto nulo na eleição daquele ano. O movimento derrubou José Augusto do pleito em Diadema e, meses depois, conseguiu a expulsão do hoje tucano.

Entre 2000 e 2008, Filippi teve ao seu lado o sindicalista Joel Fonseca (PT). O perfil discreto de Joel gerou até a derrota do vice na eleição para a Câmara, em 2008 - ficou como segundo suplente.




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