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São Caetano e o primeiro plebiscito

A instituição do plebiscito nasceu em 1947, quando São Paulo elaborou a sua nova Carta Constitucional. Por influência dos comunistas introduziu-se o expediente das chapas branca (pelo ‘sim’) e preta (do ‘não’), como forma de facultar o voto do analfabeto. Este podia participar do plebiscito, mas não das eleições normais para escolha de governantes Cf. o autonomista de São Caetano e ex-deputado Antonio Sylvio da Cunha Bueno, Diário do Grande ABC, 28 de julho de 1977.

Ademir Médici
13/12/2020 | 07:07
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O ABC
Em 24 de outubro de 1948 é realizado o primeiro plebiscito da região. São Caetano separa-se de Santo André e ganha o apêndice ‘do Sul’ no nome. Nasce a sigla ABC, de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, semente do futuro e atual Grande ABC.

Lutas autonomistas.
O rebaixamento à Zona.
A reação de São Caetano

211 – Outros plebiscitos marcariam definitivamente a história da região:
22 de novembro de 1953 – Distrito de Mauá é elevado a município, com instalação ocorrida em 1º de janeiro de 1955.
22 de novembro de 1953 – Distrito de Ribeirão Pires. Idem.
21 de dezembro de 1958 – Distrito de Utinga vai às urnas e vota contra a emancipação: prefere continuar como distrito de Santo André.
24 de dezembro de 1958 – Distrito de Diadema é elevado a município, com instalação ocorrida em 1º de janeiro de 1960.
1º de dezembro de 1963 – Três plebiscitos são realizados: Paranapiacaba vota ‘não’, mantendo-se como distrito de Santo André; o distrito de Icatuaçu separa-se de Ribeirão Pires, fazendo surgir o sétimo município do Grande ABC, Rio Grande da Serra; Vila Prosperidade separa-se de Santo André e incorpora-se a São Caetano.
O município de Rio Grande da Serra foi instalado em 21 de março de 1965.
Vila Prosperidade incorpora-se a São Caetano em abril de 1967, depois de se esgotarem as ações contrárias impetradas por Santo André.

212 – No século XIX, dois movimentos autonomistas já haviam sido realizados na região: 1 – em 1812, o então bairro pertencente a São Paulo, Capital, pede e consegue ser elevado à freguesia, uma espécie de distrito – continuava como parte efetiva paulistana; 2 – em 1889, a Freguesia de São Bernardo é elevada a município – criado no fim do Império; instalado no início da República.

213 – A primeira tentativa do distrito de São Caetano de ser elevado à condição de município autônomo data de 1928, quando até mesmo um partido político – o PIM – foi ali fundado. Um projeto pela autonomia chegou a ser apresentado à Câmara Estadual e não prosperou.

214 – Por dez anos, de 1928 a 1938, São Caetano permaneceu distrito. A partir de 1º de janeiro de 1939 sofreria um baque maior, ao ser rebaixado à Segunda Zona de Santo André.

215 – Já não existia o município de São Bernardo. Num único ato, Santo André foi promovido a município; São Bernardo rebaixado a distrito. São Caetano rebaixado de distrito à Segunda Zona de Santo André. Chegou a desaparecer a expressão ‘São Caetano’. Os bairros do outrora distrito de São Caetano passavam a integrar a sede Santo André, esta subdividida em Primeira e Segunda Zonas.

216 – “Quando Santo André, numa manobra bem apadrinhada, usurpou os direitos do velho e histórico São Bernardo, e com uma só cajadada liquidou os seus direitos de sede e incorporou o então distrito de São Caetano, não contente com instituí-lo em Segunda Zona (zona não é coisa boa e Segunda ainda é pior...) fez mais, ‘Desapareceu’ até com nome do santo” (de um texto atribuído a Armando de Arruda Pereira e arquivado no Museu de Santo André).

217 – Vieram as eleições municipais de 1947 – a 16ª na contagem de Memória. Os comunistas incorporaram à sua plataforma a emancipação de São Caetano. Nasce o Jornal de São Caetano. É criada a Sociedade Beneficente Hospitalar São Caetano. Nasce a Sociedade Amigos de São Caetano, que oficializa a luta pela autonomia.

218 – Diferentemente do movimento de 1943 e de 1944, em que Santo André evitou sua anexação à Capital e São Bernardo alcançou a autonomia, o movimento de 1946, 1947 e 1948, em São Caetano, teve a participação popular.

219 – Nas eleições municipais de 1947, São Caetano – ou a Segunda Zona de Santo André – elege nove representantes. Quatro deles deram total apoio ao movimento autonomista: Lauro Garcia, João Dal’Mas, Anacleto Campanella e Antonio Dardis Neto. Campanella chegou a defender os comunistas alijados do poder em Santo André.

220 – Crescia o movimento autonomista de São Caetano. A cidade incluía em seu vocabulário as expressões ‘chapa branca’ (de apoio ao movimento) e ‘chapa preta’ (de aposição a ele). Os são-caetanenses viveriam o seu momento cívico maior, em episódios lembrados e festejados, anualmente – com muito orgulho – desde então, diferentemente dos movimentos autonomistas de São Bernardo (que quase sempre esquece o 30 de novembro), Mauá e Ribeirão Pires (dos 23 de novembro esquecidos), Diadema (do 24 de dezembro ignorado) e Rio Grande da Serra (que nos estudos da sua história se esquece do próprio 1º de dezembro).

Diário há meio século
Domingo, 13 de dezembro de 1970 – ano 13, edição 1409
Manchete – Ainda em perigo a vida do diplomata Aloísio Dias Gomide, sequestrado no Uruguai pelos Tupamaros.
São Bernardo – Em fase final a construção do novo prédio do Pronto-Socorro Municipal, na Rua Jurubatuba, atrás do PS atual.
Anúncio – Rei Pelé decreta: Natal de placa na Ducal.

Em 13 de novembro de...
1920 – O delegado geral da polícia do Estado exonera o suplente de subdelegado em Paranapiacaba, Eugênio Camilo Dias, nomeando em seu lugar Humberto Primo Ferrari.
Era delegado do município de São Bernardo, abrangendo toda a região, o bacharel Durval de Villalva<EM>
1955 – O deputado Athiê Jorge Coury apresenta indicação ao governo do Estado para que sejam iluminados os trechos da Via Anchieta entre o pedágio e a descida da Serra. Alegação: a frequente neblina.

Hoje
Dia do Pessoa com Deficiência Visual
Dia do Marinheiro
Dia do Pedreiro
Dia do Lapidador
Dia Nacional do Forró

Santos do dia
Odila (ou Otília)
Luzia ou Lúcia: a santa protetora dos olhos, com uma linda gruta em Mauá, na nascente do Tamanduateí.
<EM>Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Nápoles. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV.
 




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