Soraia Abreu Pedrozo
Diário do Grande ABC
05/12/2020 | 09:03
Acostumado a subir no carro de som para, em alto e bom som, informar trabalhadores de São Caetano sobre negociações salariais, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do sindicato dos metalúrgicos da cidade, em voz baixa e embargada deu notícia que nenhum pai jamais imagina, a da morte de sua filha.
Viviane Silva, que trabalhava com ele no departamento pessoal do sindicato, foi, aos 40 anos, vítima do novo coronavírus. Transplantada de rins, era solteira e vivia com a mãe, que havia lhe doado o órgão, o qual lhe garantiu sobrevida anos atrás, mas não foi páreo para a força da Covid-19. Ao contrário. Conforme a doença foi tomando conta de seu corpo, ela começou a fazer hemodiálise, o que se tornou porta de entrada para infecções.
“Viviane ficou intubada por 15 dias e não reagiu. Na terça-feira, ela acordou para se despedir de nós. Mandamos áudio (pelo WhatsApp) para dizer que a amávamos, que ela estava fazendo muita falta, e ela sorriu, mexeu com os lábios, mas logo em seguida apagou, não conversou mais. Na madrugada (de quarta) ela piorou bastante e, às 18h, os médicos nos chamaram para dar a notícia de que ela tinha descansado”, contou Cidão. “Tudo isso é muito difícil, muito doloroso, mas temos que deixar nas mãos de Deus. Nada é por acaso.”
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