Entre eles, o operador de processo químico Edmilson Mariano da Silva, 26 anos, foi o menos atingido - teve 50% do corpo queimado - e está no Hospital Ribeirao Pires, na mesma cidade.  

Já os colegas de trabalho de Edmilson, também operadores de processos químicos, André Rodrigues Lemos, 22 anos, Gidelson Lima Santos, 44, e Davidson Aparecido Machado, 23, todos atingidos pelas queimaduras em mais de 70% do corpo, estao internados mo Hospital Defeito da Face, no bairro de Indianápolis, em Sao Paulo. Segundo informaçoes de funcionários da unidade, que nao quiseram se identificar, os três estao em quartos da enfermaria e passam bem.

A reportagem do Diário conversou com o operador Edmilson Silva, que explicou como o acidente aconteceu. Segundo ele, o reator 104, responsável pela explosao, faz parte de um grupo de outros três reatores. "Cada um de nós trabalhava em um reator quando o 104 explodiu", disse.

De acordo com o operador, a tampa do reator saiu do lugar e o produto que estava em seu interior derramou. "Foi terrível. Quando ouvi o barulho me joguei no chao e nao pude fazer mais nada. Depois de ser socorrido fiquei preocupado com meus colegas, que estavam mais próximos do 104." 

Segundo o Sindicato dos Químicos do ABC, o reator 104 é usado no preparo de matéria-prima para a produçao de óleo lubrificante. A mistura que estava no equipamento quando o acidente aconteceu era composta, ainda de acordo com o sindicato, por três reagentes químicos: ácido paratolueno sulfônico, ácido olieico e etileno glicol 400 molees. 

Há um ano na empresa, localizada no bairro Barro Branco, Silva contou ser essa a primeira vez que foi vítima de acidente no trabalho. "Há um mês outro acidente aconteceu na Adecom, ferindo outras pessoas. Porém, a explosao de ontem (sexta) foi bem mais grave", disse o operador. A Adecom informou que só irá se pronunciar sobre o caso após concluída perícia no local da explosao.