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Williams volta a ganhar; Rubinho é 3º
Flavio Gomes
De Imola, para o Diário
15/04/2001 | 18:38
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A corrida foi chata, mas o resultado garantiu emoção ao Mundial de Fórmula 1 em 2001. Assim pode-se resumir o GP de San Marino, quarta etapa do campeonato de F-1, disputado neste domingo em Imola. Ganhou a Williams, com Ralf Schumacher, interrompendo uma seqüência de 22 vitórias divididas entre Ferrari e McLaren desde setembro de 1999, equipes que vêm dominando a categoria há três anos.

Ou vinham, talvez seja mais apropriado dizer. A vitória de Ralf Schumacher não foi casual, como aquela de Johnny Herbert em Nürburgring no GP de Luxemburgo. O alemão liderou as 62 voltas da corrida, depois de uma largada espetacular, saindo de terceiro no grid para a primeira colocação. E provou, de uma vez por todas, que a Williams vai brigar por novas vitórias neste ano e, quem sabe, até pelo título.

A corrida foi boa apenas no início, quando todos na pista se esforçavam para ganhar posições por desconhecer as estratégias dos adversários. Ralf pulou na frente, seguido de David Coulthard, que estava na pole, Jarno Trulli, que largou muito bem, Mika Hakkinen, Michael Schumacher, Olivier Panis, Juan-Pablo Montoya e Rubens Barrichello – que, de novo, partiu mal, perdendo duas posições.

Montoya passou Panis ainda na primeira volta. Na terceira, Schumacher foi superado pelos dois e, logo depois, por Barrichello. Tinha nítidos problemas em seu carro, que se manifestaram claramente na 23ª volta, quando o pneu dianteiro esquerdo deu a impressão de ter furado. “Já no início, meu sistema de troca de marchas não funcionava bem. Aí o pneu baixou. Consegui chegar aos boxes, mas logo me chamaram de volta porque estava perdendo pressão de novo”, contou o alemão, que abandonou sua primeira corrida desde o GP da Alemanha do ano passado.

Michael, que vinha de nove pódios seguidos, disse que o problema estava na conexão da ponta de eixo. Alguma peça defeituosa quebrou a roda, deixando escapar o ar do pneu. Mesmo depois da troca, o problema se repetiu e o time achou melhor que ele abandonasse porque seria perigoso ficar na pista daquele jeito. “Não se pode ganhar todas”, conformou-se. “Agora, o importante é ter em mente nossos adversários descontaram a vantagem que tínhamos no início do campeonato.”

Schumacher manteve a liderança no Mundial com 26 pontos, mas Coulthard, o segundo, o alcançou. Só perde no critério de desempate porque o alemão ganhou duas provas, contra uma do escocês.

Rubens Barrichello fechou o pódio depois de ganhar posições nos pit stops. O mistério das paradas acabou sendo desnecessário, porque todos optaram por duas trocas. Enquanto a maioria parava entre as voltas 25 e 29, o brasileiro fez seu primeiro pit na 32ª, conseguindo algumas voltas rápidas que lhe jogaram à frente de Hakkinen e Montoya.

Ralf conseguiu a primeira vitória de sua carreira em seu 70º GP. A Williams, terceira maior vencedora da F-1, não sabia o que era o degrau mais alto do pódio desde setembro de 1997, quando Jacques Villeneuve ganhou o GP de Luxemburgo. Já a Michelin, que faz seus pneus, conseguiu ganhar em seu quarto GP desde a volta à categoria. A última vitória acontecera dia 21 de outubro de 1984, com Alain Prost, então da McLaren, em Portugal.

Com três equipes lutando pela ponta, o campeonato só pode melhorar a partir da Espanha, daqui a duas semanas. Em Barcelona, voltam à legalidade os controles de tração e os câmbios automáticos à F-1. Mas isso é menos importante do que saber que Ferrari e McLaren, agora, têm alguém para enfrentá-los. “Eu diria até que em Barcelona a Williams é favorita”, falou Barrichello.




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