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Napster começa a ter serviço pago no segundo semestre
Sérgio Vinícius
Do Diário do Grande ABC com Agências
05/02/2001 | 17:39
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Os dias gratuitos da Napster estão contados. A partir do meio deste ano, a página, que oferece um programa que garante a livre troca de músicas no formato MP3 na rede mundial entre internautas, começará a cobrar de seus usuários.

O anúncio foi feito na semana passada, por meio de sua parceira comercial BMG Bertelsmann, em Davos, na Suíça. Segundo a empresa, os usuários da Napster terão de se inscrever para utilizar o programa, o que, por extensão, entende-se que será cobrado uma taxa de inscrição e manutenção. O plano inicial da gravadora alemã prevê que o sistema esteja no ar até julho desse ano.

“Em meados deste ano, provavelmente entre junho e julho, colocaremos no ar um modelo do software que exija que o internauta se inscreva”, explicou, na semana passada, o executivo chefe da Bertelsmann, Thomas Middelhoff, durante o fórum mundial sobre economia, que terminou no último dia 31.

Essa não é a primeira vez que a Bertelsmann causa surpresa. No final do ano passado, ao anunciar sua parceria com a Napster, tida por muitos como uma das principais inimigas dos direitos autorais, gravadoras e bandas, a empresa alemã deixou muitos de queixo caído.

De qualquer forma, o anúncio sobre a cobrança do programa Napster já era encarado por muitos apenas como uma questão de tempo. Afinal, desde que houve o acordo com e Bertelsmann a única dúvida dos internautas que usam a Napster era saber quando a fase paga teria início – resta saber então quanto custará o serviço.

“Em média, temos diariamente 1,6 milhão de usuários trocando música on-line simultaneamente”, analisou o executivo da Bertelsmann. “Temos certeza de que a maioria desses internautas que utilizam o programa de troca de músicas pagaria pelos arquivos. E sorrindo.”

Antes de realizar o anúncio sobre a cobrança de seu precioso programa, a Napster realizou uma pesquisa que, segundo a empresa, assegurou a viabilidade do projeto.

“Realizamos um estudo com o mercado e entrevistamos cerca de 20 mil internautas que utilizam regularmente a Napster”, afirmou Middelhoff. “Grande parte dos indivíduos pesquisados afirmou estar de acordo com o pagamento de taxas para ter acesso ao serviço.”

Outro argumento utilizado pela Bertelsmann para cobrar pelo serviço de troca de músicas on-line reside no fato de que a Internet está mudando os moldes de negócios da indústria musical. “O mercado não está preparado para lidar com outro comportamento do consumidor. Não se pode processar 100 milhões de internautas, afinal, todos eles, além de amar a música, são grande consumidores de mídias afins (leia-se CDs, DVDs e vídeos)”, advertiu o executivo da gigante alemã Bertelsmann. “Assim, entramos em acordo com a Napster e decidimos desenvolver um novo modelo de negócios via rede mundial que preserve os di-reitos autorais.”

Não foi explicado se o usuário que oferece seu banco de músicas no computador para qualquer outro internauta ganhará por isso.




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