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Szot encara o grande sedutor
Mônica Santos
Da Redaçao
18/07/1999 | 19:38
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Obarítono Paulo Szot, de Ribeirao Pires, vai viver Don Giovanni, um incorrigível sedutor de donzelas desavisadas, na ópera homônima do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), que estréia no dia 6 de agosto no Teatro Alfa, em Sao Paulo.

Don Giovanni será uma grande produçao, com direçao cênica do inglês Aidan Lang e cenários e figurinos concebidos por produtores holandeses. Haverá ainda dois elencos: no primeiro, que se apresenta nos dias 6, 10 e 13, o protagonista será vivido pelo polonês Zbigniew Macias, e Rosana Lamosa está entre as cantoras; o segundo, para as récitas do dia 8 e 15, será encabeçado por Szot. A regência e direçao musical é do maestro Jamil Maluf.

Apesar de ainda faltarem duas semanas para iniciar as récitas, Szot já está sentindo nos ombros o peso do personagem. "Eu sempre admirei esse papel e estamos ensaiando desde o mês passado, mas só entendi a dimensao da sua importância quando passamos o primeiro ato inteiro pela primeira vez. O personagem nao sai do palco", diz.

O fato, no entanto, parece nao deslumbrar Szot. "É um papel maravilhoso, de muita responsabilidade, que faz parte do sonho de qualquer barítono que está numa etapa de crescimento musical. Eu tenho uma certa ansiedade para ver o resultado, porém isso nao altera em nada o meu empenho. A minha postura é de fazer sempre o melhor, seja o papel de um protagonista ou apenas uma ponta", afirma.

Sobre o personagem, Szot diz que há muitos desafios. O primeiro deles é musical. "Cantar Mozart é bom, mas exige muito. É uma melodia muito transparente, que nao dá para enganar. Ou a pessoa canta bem, ou nao canta", diz.

Além disso, Szot conta que a montagem possui um andamento pouco comum, que impoe a ele - e a todo o elenco - um ritmo muito mais intenso do que é comumente usado nas óperas. "Tem danças, pulos, lutas. Sao muitos movimentos e é preciso ter um preparo bem legal para manter a respiraçao para cantar. É um fator técnico a mais a ser dominado."

A ópera - Don Giovanni é uma das mais famosas obras de Mozart. A estréia mundial da ópera, em dois atos, foi na cidade de Praga, em 1787. No primeiro ato, um pensativo Leporello, criado de Don Giovanni, lamenta a conduta de seu patrao, principalmente por ter de ajudá-lo em suas conquistas. O seu primeiro alvo é Dona Anna, filha do Comendador. O pai, ao tentar defender a honra da filha, morre em um duelo com o inimigo.

Com isso, Don Giovanni ganha mais oponentes, que se aliam a Dona Elvira, uma vítima apaixonada. Mas ele ignora o perigo e continua sua vida de seduçao, dirigindo seus galanteios a Zerlina, uma moça prestes a se casar.

Anna, seu noivo Don Ottavio e Dona Elvira fazem de tudo para desmascarar o conquistador, enquanto Leporello está cada vez mais resistente em ajudar o patrao.

Já no segundo ato, a vítima de Don Giovanni é a criada Elvira. No meio de um jogo de seduçao, aparecem homens para buscar o conquistador, que acaba fugindo e se escondendo num cemitério. As forças do Além alertam Don Giovanni sobre suas más atitudes, mas esse diz nao ter remorso e acaba fugindo dos espíritos infernais.

Com o fim de Don Giovanni tudo retorna à calma. Don Ottavio pede a mao de Anna em casamento, mas ela recusa. Zerlina e seu noivo Masetto retomam o relacionamento, Elvira vai para um convento e Leporello fica sem emprego, à procura de um patrao melhor.




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