O problema é grave. Edílson perdeu a paciência e nao acredita mais as promessas dos dirigentes. "Só jogo quando receber o que me devem." A sua reaçao surpreendeu o técnico Oliveira no treino deste sábado de manha. Preocupado com a situaçao, o treinador espera por uma soluçao rápida porque os estilhaços da crise podem abreviar a sua passagem como herdeiro de Wanderley Luxemburgo no Parque Sao Jorge.
"Foi uma opçao do jogador. Ele me disse que nao tinha condiçoes psicológicas para entrar em campo e nao vai jogar. Esse problema tem de ser resolvido o mais rápido possível. Quando fizeram a proposta para que eu fosse o técnico do Corinthians era para dar continuidade ao trabalho do Luxemburgo. Só que nao estou conseguindo. E nao é por minha culpa. Temo que alguma coisa possa acontecer."
Os dirigentes garantiram que os problemas nao sao graves. Antes do treino, convocaram uma reuniao com a Comissao Técnica para esclarecer as questoes sobre atraso na premiaçao e pagamento das férias. "O Corinthians deve apenas a premiaçao do título brasileiro, que será paga segunda-feira. Nao há salário atrasado e nenhuma pendência a nao ser essa do Edílson", contou Luís Henrique de Menezes, diretor de Futebol. "Tudo está rigorosamente em dia aqui no clube." Menezes nao aprovou a atitude de Edílson. "Ele é um profissional e deveria cumprir com o seu dever. Nao gosto de fazer uma individualizaçao sobre as reivindicaçoes dos jogadores. O que posso garantir é que o Corinthians vai honrar todos os seus compromissos."
Edílson nao deu muita importância às explicaçoes de Menezes. Enquanto seus companheiros, vestidos com o uniforme do clube, embarcavam hoje no ônibus que os levaria ao hotel da concentraçao, ele, de jeans, camiseta e boné pretos entrava apressado na sua Mercedes prata. "Estou com dor de dente, estou com pressa. Nao vou jogar enquanto nao resolverem a questao."
A questao a que Edílson se refere é a dívida de R$ 1,3 milhao, correspondente às luvas da sua transferência do Kashiwa Reysol, em 97, que o Corinthians ainda nao quitou. O seu passe foi comprado pelo Banco Excel. Na transaçao, o banco teria se comprometido a pagar as luvas. Quando o Excel deixou o Corinthians, em meados de 98, o banco transferiu a dívida com o jogador para o clube. Edílson concordou com o negócio confiando que receberia o dinheiro do Corinthians depois do Campeonato Brasileiro. O problema é que o clube ficou sem caixa e ainda nao honrou o seu compromisso. Hoje, o atacante resolveu entrar em "greve".
O substituto de Edílson no jogo de domingo ainda nao foi definido, mas o técnico Oswaldo de Oliveira admite escalar Edu ou Éwerton.
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