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Edílson aumenta crise do Corinthians
Do Diário do Grande ABC
06/02/1999 | 15:11
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O Corinthians enfrenta uma crise a 20 dias da sua estréia na Libertadores da América. Depois do atraso do pagamento da premiaçao do título brasileiro, motivo de insatisfaçao entre todos os jogadores, Edílson, neste sábado, se rebelou contra os dirigentes. Exigindo R$ 1,3 milhao que o clube lhe deve, o jogador pediu para nao participar do confronto com o Flamengo pelo Rio-Sao Paulo, neste domingo, 18h30, no Pacaembu. Foi o fim do sonho do técnico Oswaldo de Oliveira de contar com todos os seus titulares pela primeira vez desde que assumiu o comando do time, há um mês.

O problema é grave. Edílson perdeu a paciência e nao acredita mais as promessas dos dirigentes. "Só jogo quando receber o que me devem." A sua reaçao surpreendeu o técnico Oliveira no treino deste sábado de manha. Preocupado com a situaçao, o treinador espera por uma soluçao rápida porque os estilhaços da crise podem abreviar a sua passagem como herdeiro de Wanderley Luxemburgo no Parque Sao Jorge.

"Foi uma opçao do jogador. Ele me disse que nao tinha condiçoes psicológicas para entrar em campo e nao vai jogar. Esse problema tem de ser resolvido o mais rápido possível. Quando fizeram a proposta para que eu fosse o técnico do Corinthians era para dar continuidade ao trabalho do Luxemburgo. Só que nao estou conseguindo. E nao é por minha culpa. Temo que alguma coisa possa acontecer."

Os dirigentes garantiram que os problemas nao sao graves. Antes do treino, convocaram uma reuniao com a Comissao Técnica para esclarecer as questoes sobre atraso na premiaçao e pagamento das férias. "O Corinthians deve apenas a premiaçao do título brasileiro, que será paga segunda-feira. Nao há salário atrasado e nenhuma pendência a nao ser essa do Edílson", contou Luís Henrique de Menezes, diretor de Futebol. "Tudo está rigorosamente em dia aqui no clube." Menezes nao aprovou a atitude de Edílson. "Ele é um profissional e deveria cumprir com o seu dever. Nao gosto de fazer uma individualizaçao sobre as reivindicaçoes dos jogadores. O que posso garantir é que o Corinthians vai honrar todos os seus compromissos."

Edílson nao deu muita importância às explicaçoes de Menezes. Enquanto seus companheiros, vestidos com o uniforme do clube, embarcavam hoje no ônibus que os levaria ao hotel da concentraçao, ele, de jeans, camiseta e boné pretos entrava apressado na sua Mercedes prata. "Estou com dor de dente, estou com pressa. Nao vou jogar enquanto nao resolverem a questao."

A questao a que Edílson se refere é a dívida de R$ 1,3 milhao, correspondente às luvas da sua transferência do Kashiwa Reysol, em 97, que o Corinthians ainda nao quitou. O seu passe foi comprado pelo Banco Excel. Na transaçao, o banco teria se comprometido a pagar as luvas. Quando o Excel deixou o Corinthians, em meados de 98, o banco transferiu a dívida com o jogador para o clube. Edílson concordou com o negócio confiando que receberia o dinheiro do Corinthians depois do Campeonato Brasileiro. O problema é que o clube ficou sem caixa e ainda nao honrou o seu compromisso. Hoje, o atacante resolveu entrar em "greve".

O substituto de Edílson no jogo de domingo ainda nao foi definido, mas o técnico Oswaldo de Oliveira admite escalar Edu ou Éwerton.




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