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Plantas medicinais combatem alergia
Sheila Kaplan
Ciência Hoje/RJ
28/12/2009 | 07:14
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A sucupira e a orelha-de-burro vêm sendo utilizadas tradicionalmente pela população de Alagoas para tratamento de inflamações, incluindo crises alérgicas. Agora, o efeito das duas plantas foi comprovado cientificamente em pesquisa do Laboratório de Biologia Celular e Molecular, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Alagoas.

Além de confirmar a sabedoria popular, o estudo ganha ainda mais importância frente ao dado divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde de que o Estado concentra o maior índice de asma alérgica do Nordeste.

Modelos in vivo e in vitro foram utilizados para avaliar o potencial anti-inflamatório, antialérgico e analgésico do extrato bruto e de frações da sucupira (Bowdichia virgilioides) e da orelha-de-burro (Clusia nemorosa).

"De início, utilizamos extratos de maneira semelhante à medicina popular. A partir daí, fracionamos esses extratos para poder determinar as substâncias responsáveis pelo efeito desejado", explica Emiliano de Oliveira Barreto, coordenador da pesquisa.

PROPRIEDADES ANALGÉSICAS - Ele conta que a população local costuma utilizar o chá da casca de ambas as plantas para combater a alergia e que os resultados obtidos pela pesquisa revelaram que as plantas contêm, de fato, substâncias capazes de suprimir o processo inflamatório.

O processo inflamatório alérgico apresenta-se como um mecanismo de defesa do organismo. Uma das etapas da reação inflamatória é um acúmulo de leucócitos no local inflamado. Utilizando um modelo experimental de inflamação alérgica, os pesquisadores verificaram que tanto a sucupira quanto a orelha-de-burro inibiram esse acúmulo de leucócitos.

A equipe agora estuda os mecanismos moleculares envolvidos na inibição da mobilização de leucócitos. E investiga, em outros estudos, as propriedades analgésicas dessas plantas.

"Além disso, estamos empenhados em demonstrar que elas não possuem efeitos tóxicos, fato importante para garantir o seu uso seguro, bem como de seus derivados", informa o pesquisador.




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