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Reabilitaçao do Sesi pode ser suspensa
Adriana Lopes
e Luciana Schneider
Da Redaçao
04/10/1999 | 19:38
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O Centro de Reabilitaçao do Sesi (Serviço Social da Indústria) de Santo André, localizado próximo à avenida dos Estados, corre o risco de fechar. Há alguns anos, o centro atendia cerca de 500 pessoas por mês nas áreas de ortopedia e traumatologia. Hoje, após uma série de demissoes, a demanda mensal é de 220 pacientes. "A situaçao está difícil em vários setores. A receita do Sesi reduziu muito com a recessao", afirmou o diretor da Divisao de Assistência Médica e Odontológica do Sesi, Antonio Carlos Debes.

Segundo Pedro Sérgio Tramontina, da área técnica do centro, muitos funcionários estao sendo desviados de suas funçoes para desempenhar serviços administrativos, já que vários empregados - secretária, escriturário, auxiliar administrativo e encarregados do setor - foram demitidos.

"Está havendo um sucateamento do serviço. As pessoas chegam a passar por consulta, mas nao passam pela reabilitaçao. O que a gente percebe é que o centro vai desaparecer, assim como o serviço odontológico. Eles vao mandando as pessoas embora aos poucos para ninguém sentir. Há mais de três anos que nao existe aqui um neuropediatra", diz o diretor.

Na opiniao de Tramontina, o agravante é que o tipo de serviço prestado, a baixo custo e que inclui o transporte de pacientes, é o único no Grande ABC. Desde 1973, o centro atendeu mais de 10 mil pessoas. O Sesi possui outros centros de reabilitaçao nos bairros Ipiranga e Leopoldina, na capital. "Fala-se que somente duas unidades irao permanecer. Acredito que a de Santo André irá fechar."

O paciente Adalton José Milani, 31 anos, também acha que o centro será desativado. "Assim como eu me recuperei, gostaria que outras pessoas tivessem essa oportunidade. Mas venho aqui desde dezembro e, de lá para cá, o número de pacientes diminuiu bastante", afirmou Milani, que foi ferido por cinco tiros tendo um deles imobilizado sua perna esquerda.

O técnico em eletrônica Alexandre Pereira, 30 anos, desenvolveu trombose há três meses e, desde entao, freqüenta o centro. "Para mim, será uma grande perda, porque eu pago somente R$ 21 para fazer hidroterapia e fisioterapia todos os dias", disse Pereira.

De acordo com o diretor do Sesi, as mudanças fazem parte de uma reformulaçao geral, e vários serviços serao reavaliados, inclusive a divisao médica. "Existe a possibilidade de demissao de funcionários e até de fechamento da unidade", afirma.




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