Nesta quarta-feira à tarde, quando a PM entrou na favela, o comando do 17º Batalhão (Ilha do Governador) foi transferido para o topo do morro para garantir a segurança dos moradores. A polícia informou que 500 homens do 17º BPM, do Grupamento de Ação Tática (GAT) e do Grupamento Especial Tático Móvel (Getam) permanecerão na favela por tempo indeterminado.
O delegado José Pedro Costa da Silva, da delegacia da Ilha do Governador, apontou Edson Francisco Alves, o Bizulai, e os criminosos identificados apenas como Fernandinho e Marcelo Russo, como líderes da quadrilha que atacou a favela. "Houve uma dissidência no Dendê com a prisão do Ronaldo e isso originou a tomada de controle (das bocas-de-fumo) de pessoas do mesmo grupo. Todos os que morreram eram ligados ao tráfico." Ronaldo é irmão de Romildo Souza da Costa, o Miltinho do Dendê, 46, que, apesar de foragido, participava do controle do tráfico no morro. Outro chefe da quadrilha, Claudecy de Oliveira, o Noquinha, 25, teria sido ferido no tiroteio.
A emboscada começou por volta de 21h de terça-feira e se estendeu pela madrugada desta quarta. A menina Eliane Magalhães, 11, estava em casa e foi atingida de raspão na perna. Ela foi liberada do Hospital Paulino Werneck, na Ilha, durante a manhã. Eliane seria sobrinha de um dos criminosos mortos.
Os corpos foram achados em diferentes pontos. Sete estavam em uma Kombi abandonada na Estrada do Tubiacanga, distante dois quilômetros da favela. O local, por ser ermo, seria utilizado como ponto de desova dos traficantes. Três criminosos foram baleados no morro e morreram no hospital e outro foi achado dentro de um carro, na Freguesia, bairro da Ilha do Governador. O último corpo foi encontrado na Ilha do Fundão, próximo ao alojamento do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Funcionários disseram que o rapaz, aparentando 20 anos, foi executado ali.
A guerra no morro provocou medo e insegurança entre comerciantes e moradores da Ilha do Governador. As lojas próximas ao Dendê fecharam as portas. A ordem teria partido dos criminosos. "Dois homens entraram aqui e mandaram fechar. Disseram que, se não fechássemos, não se responsabilizariam", disse o gerente de uma padaria.
Mortes – Em outros pontos da cidade, três traficantes morreram em confronto com a polícia. Na Favela de Vigário Geral, Zona Norte, dois traficantes foram baleados por policiais do 16º Batalhão da PM (Olaria), após terem atacado a tiros um carro da PM. Os criminosos, com quem a polícia apreendeu armas e drogas, chegaram a ser levados para o Hospital Getúlio Vargas. No Morro da Fé, na Penha, também na Zona Norte, outro traficante morreu, também em tiroteio com homens do 16º BPM.
No Morro do Juramento, o policial civil Rogério Oliveira da Anunciação, 44, foi baleado na coxa direita em troca de tiros com traficantes. Ele foi levado para o Hospital Geral de Bonsucesso e, em seguida, liberado. Também houve tiroteios nos morros da Formiga e Camarista Méier.
Na Penha, Zona Norte, policiais do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE) trocaram tiros com o motorista de um Renault Clio cinza, que estava armado com uma pistola. Ele conseguiu fugir a pé, mas Leandro de Jesus Guimarães, 25, que o acompanhava, foi detido.
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