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Vitória e torcida para Ramalhão escapar do rebaixamento
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
29/11/2009 | 07:10
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Vencer e torcer, ou ser rebaixado. Não existe outra possibilidade para o Santo André, que entra em campo hoje, às 17h, para enfrentar o Náutico, no Estádio Bruno Daniel. Não apenas os três pontos interessam ao Ramalhão, mas também derrotas de Fluminense (contra o Vitória, no Rio), Coritiba (visita o Cruzeiro, em Minas), Botafogo ou Atlético-PR (que se enfrentam no Paraná).

Empate contra os pernambucanos também não interessa, pois resulta em rebaixamentos de Ramalhão (18º, com 38 pontos) e Timbu (19º, com a mesma pontuação) à Série B. Dessa forma, o confronto de hoje é vital tanto para as pretensões andreenses de permanecer na elite nacional, quanto para os visitantes.

"Eles devem estar pensando como nós, acreditando que podem permanecer na Série A. Acredito que vai ser um jogo aberto, com ambos os times buscando o gol. Quem tiver mais tranquilidade e errar menos vai vencer", comentou o atacante Nunes, que volta ao time após cumprir suspensão.

Aliás, a descrição da partida como "aberta" foi unânime entre os jogadores e o técnico Sérgio Soares. "As duas equipes precisam ganhar e deixa o jogo dessa forma. Mas temos de ser sabedores de jogar em casa e somar os três pontos", explicou o atacante Wanderley.

"Também acredito que o jogo vai ser muito pegado no início, os dois times com receio de atacar e se soltando aos poucos pela necessidade do resultado. Com certeza será um jogo bom de se ver, com duas equipes muito determinadas e com muitas chances de gols", comentou o meia Camilo.

O Santo André terá o desfalque do zagueiro Cesinha, lesionado, que será substituído por Vinícius. Já o Náutico não contará com o atacante Bruno Mineiro, suspenso, que deverá ceder a vaga a Anderson Lessa. Tuta corre por fora.

Fernando prepara despedida da torcida em Santo André

Fernando Henrique Mariano é, sem dúvida, o jogador profissional mais velho das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Aos 42 anos, no entanto, o eterno volante do Santo André garantiu que o jogo contra o Internacional, no domingo, no Rio Grande do Sul, será o último da carreira. Dessa forma, hoje, contra o Náutico, ele se despede da torcida andreense no Estádio Bruno Daniel.

Casa de Fernando durante os últimos três anos, o Brunão foi palco de boas lembranças para o volante, como o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, no ano passado, sem contar o torcedor, que sempre teve o jogador como um dos principais símbolos de garra, raça e superação do time.

Agora, com a "estranha" sensação de um fim próximo, Fernando garante que não sabe como estará hoje à tarde. "É indescritível. A última em casa, penúltima como profissional. Não sei minha reação. É diferente, estranho. Hoje (sexta-feira) acordei com um sentimento que nunca tinha tido, que não é tristeza, é um aperto na alma. Antes do treino também, uma tensão", garantiu o jogador, que não deve ser titular hoje e pode ser utilizado na segunda etapa.

No entanto, independentemente de estar em campo ou no banco, deve presentear a torcida como forma de gratidão. "Independente de ter a oportunidade de entrar vou pelo menos jogar a camisa para os torcedores, que estão no meu coração. Quanto mais tempo de clube, mais a gente se identifica com a torcida, com a cidade e com o time. É um mínimo de gratidão por todos os momentos que passamos juntos", comentou Fernando, com olhar visivelmente perdido em pensamentos que, provavelmente, remetiam a diversos momentos que passou defendendo a camisa andreense durante a carreira.

A diretoria do Santo André, por sua vez, deve fazer algum tipo de homenagem ao jogador como forma de agradecimento pelos serviços prestados. "Vamos fazer alguma coisa sim. Agradecer pela pessoa humana que é, dentro e fora de campo, exemplar, que deixa um legado ímpar", garantiu o vice-presidente da Gestão Empresarial do Santo André, Romualdo Magro Júnior.

O dirigente, aliás, deixou aberta a possibilidade de Fernando continuar no clube. "Se tiver vontade de ficar, seja à beira do campo ou como dirigente, tem cadeira cativa aqui. Seria um prazer", concluiu.

Ramalhão vai para cima, mas com cautela

Não há outra opção para o Santo André se não partir para cima do Náutico em busca dos três pontos, para seguir vivo em busca da permanência na Série A do Campeonato Brasileiro. O adversário, no entanto, terá comportamento semelhante, já que vive a mesma situação do Ramalhão na classificação.

Durante a semana o técnico Sérgio Soares até cogitou em atuar com três atacantes (Wanderley, Nunes e Rodriguinho), Camilo como um meia mais avançado e dois alas (Rômulo e Ávine), mas prevaleceu a manutenção do 4-4-2, com Rodriguinho abrindo espaço para Nunes e Marcelinho Carioca compondo o meio-de-campo.

O Náutico, por sua vez, não jogará com os habituais três zagueiros. Sairá do 3-5-2 para o 4-4-2, deixando o time mais equilibrado nos setores. "Eles também vão brigar pelo resultado", resumiu o técnico Sérgio Soares, que garantiu, porém, que o comportamento do Santo André será ofensivo. "Em casa temos jogado assim e não pode ser diferente. Jogamos dessa forma contra Palmeiras, Cruzeiro, Vitória e Avaí, e deu certo", emendou.

Já o lateral-direito Rômulo, que tem como característica ser um jogador que gosta de ir ao ataque e, inclusive, já jogou como atacante na Chapecoense, admitiu que o Ramalhão deve se portar à frente, mas sem esquecer que o adversário também necessita dos três pontos. "Quando os espaços estão na minha frente, gosto de atacar. Mas o Náutico também precisa do resultado e vai vir para cima. Então é um jogo que sugere cautela e não serei ingênuo de dar espaços às minhas costas", comentou.

Camilo, autor de dois gols contra o Avaí na vitória por 4 a 2, espera estar em tarde tão inspirada como no domingo. "Foram gols importantes para ajudar a equipe, estou confiante e espero contribuir novamente para uma vitória", concluiu.
(colaborou Nelson Cilo)

 

 




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